As FARC convidaram o ídolo do futebol argentino Diego Maradona e outros famosos ex-jogadores latino-americanos para um jogo com os negociadores da guerrilha em apoio ao processo de paz colombiano.
“Vamos emitir um SOS, uma ajuda a Maradona para que nos acompanhe, que venha jogar connosco para que tentemos finalmente alcançar uma paz que nos foi negada durante décadas”, anunciou aos media o número dois da guerrilha colombiana e negociador-chefe, “Iván Márquez”, pseudónimo de Luciano Marín Arango.
Na semana passada, o ex-futebolista colombiano Carlos “El Pibe” Valderrama sugeriu a possibilidade de um desafio de futebol com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) em apoio ao processo de paz, uma proposta que a guerrilha acolheu favoravelmente em comunicado divulgado sábado.
“Julgo que seria um excelente apoio para que na Colômbia e a nível internacional se apoie sem reservas o esforço para encontrar a paz e reconciliação da família colombiana”, disse hoje “Iván Márquez”.
O chefe da guerrilha mais antiga da América Latina propôs que no eventual desafio de futebol participem, para além de Maradona, ex-futebolistas famosos como o paraguaio José Luis Chilavert, o chileno Iván Zamorano, o equatoriano Álex Aguinaga ou o boliviano Marco Antonio “El Diablo”.
Márquez emitiu estas declarações antes de uma nova ronda de negociações de paz com o Governo do Presidente colombiano Juan Manuel Santos, atualmente centradas no debate sobre as drogas ilícitas.
A guerrilha avançou hoje com dez propostas mínimas sobre “política antidroga para a soberania e o bem-estar dos pobres no campo”.
Concretamente, as FARC pretendem que a política de combate ao narcotráfico na Colômbia seja “integral, soberana, democrática e participativa”, e que seja orientada “para os pobres do campo e consumidores”.
Entre outras sugestões, a guerrilha propõe a substituição da utilização ilícita dos cultivos de coca, marijuana e papoila, a desmilitarização da política antidroga e o fim do “intervencionismo imperialista”.
As FARC também consideram que a política contra o flagelo das drogas deve implicar o fim das estruturas paramilitares dos traficantes no país e a perseguição aos capitais envolvidos no processo económico do narcotráfico.