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Premier League, um campeonato que se alimenta a ele mesmo

Qual a diferença entre o Manchester United pagar 75 milhões de euros ao Real Madrid por Di Maria e o Manchester City gastar 68 milhões para contratar Raheem Sterling ao Liverpool?

Premier League, um campeonato que se alimenta a ele mesmo

Poderíamos responder que, enquanto o United gastou quase 80 milhões de euros num jogador com provas dadas, títulos amealhados e uma vasta experiência europeia, o rival City só investiu menos sete milhões de euros num jovem de 20 anos e que ainda terá que 'galgar' bastante para chegar ao nível do extremo argentino, ex-Benfica.

Também seria correto argumentar que, enquanto Di Maria foi contratado a um clube onde acabara de conquistar a Champions League, o que inflaciona obviamente o seu preço, Sterling veio de um Liverpool que falhou o acesso à prova milionária e perdeu a sua maior referência do século XXI, Steven Gerrard.

Qualquer um destes argumentos é factual e bastante aceitável.

Contudo, a grande diferença entre pagar um balúrdio para 'sacar' Di Maria ao Real Madrid e pagar quase o mesmo para trazer Sterling de Anfield Road reside no seguinte: a compra de Angel Di Maria encheu os cofres a um clube espanhol e a compra de Raheem Sterling deu maior poderio económico a um emblema inglês.

É um facto muitas vezes ignorado, mas, a meu ver, uma das caraterísticas que melhor distingue a realidade da Premier League em relação a outros campeonatos é não existir qualquer tipo de receio em vender a equipas rivais, desde que o interessado abra os cordões à bolsa para o fazer.

É óbvio que o preço pago pelo Manchester City ao Liverpool para contratar Sterling é um absurdo. É um facto que os jogadores ingleses - ou que jogam em Inglaterra - são, na maioria das vezes, inflacionados, mas não existem dúvidas que isso beneficia bastante todos aqueles que pertencem a este 'ecossistema' milionário.

Senão vejamos: quantos jogadores, da Premier League ou de outras ligas, poderá o Liverpool acrescentar ao seu plantel com os 68 milhões de euros recebidos por Sterling? Muitos!

Os últimos rumores dão conta da intenção dos 'reds' em contratar o belga Christian Benteke (Aston Villa) por um valor a rondar os 50 milhões de euros. Outro absurdo altamente inflacionado, mas que conferirá poder económico aos 'villains' para também comprar novos jogadores, aumentar salários dos atuais atletas, investir na formação ou em infraestruturas.

É uma 'bola de neve', mas uma 'bola de neve' que só beneficia aqueles que fazem parte desta elite chamada Premier League.

Só assim é possível ao Aston Villa pagar 11 milhões de euros ao Nice por Jordan Amavi e 12.5 milhões por Idrissa Gueye ao Lille; o Sunderland contratar Jeremain Lens ao Dínamo Kiev por 11,5 milhões; o Southampton gastar 12 milhões em Jordy Clasie (Feyenoord); o Newcastle investir 20 milhões de euros no holandês Georginio Wijnaldum (PSV) e praticamente o mesmo valor no quase oficial Aleksandar Mitrovic (Anderlecht).

Todas estas equipas estão fora da luta pelo título, algumas lutaram mesmo pela manutenção em 2014-15, mas têm poderio económico para contratar a 'grandes' de outros países.

Admiro esta falta de complexos na hora de contratar ou vender e que, ainda por cima, é benéfica. Uma tendência que torna mais fortes economicamente aqueles que fazem parte da Premier League e que já recebem várias dezenas de milhões de libras todos os anos, graças à conhecida repartição muito democrática dos direitos de transmissão televisiva.

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