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Rui Vitória e Jorge Jesus: O respaldo dos clubes aos treinadores

A época desportiva ainda mal começou e o jogo já se disputa com enorme intensidade. E não só dentro das quatro linhas. Não surpreendentemente, a temporada mais aguardada dos últimos tempos iniciou-se com polémicas e com grandes desafios ao nível da comunicação.

Rui Vitória e Jorge Jesus: O respaldo dos clubes aos treinadores

Tendo em consideração que os treinadores estão na base de boa parte das expetativas criadas, graças à mudança de Jorge Jesus do Benfica para o eterno rival Sporting, importa, a cada organização, defender o seu. A sua reputação e marca. Só assim se pode começar a temporada sem uma grande contrariedade: a existência de um técnico fragilizado, sobretudo quando todas as atenções estão viradas para os bancos.

Esta época, os treinadores, sobretudo os dos três grandes, colherão ainda mais atenções. Neles serão resumidos os sucessos e insucessos desportivos, independentemente do seu grau de responsabilidade nos mesmos. Serão verdadeiros símbolos onde se simplificarão quase todas as conclusões dos adeptos.

Assim sendo, cada um dos clubes deve procurar proteger os seus treinadores, compreendendo as perceções que lhe estão associadas e trabalhando para que estas se aproximem o mais possível dos objetivos da organização. Mormente quando estão mais afastadas, como se torna claro. Rui Vitória começa como o treinador que mais precisa deste respaldo.

Como já escrevi, ser 'campeão da pré-temporada' não deve ser encarado com desdém pelos clubes, particularmente pelos que não o são, pelos cuja preparação comunicou tudo menos triunfos. Ou seja, uma pré-temporada sem vitórias pode ser desportivamente pouco significativa, mas não deixou de comunicar, não deixou de criar expetativas. Por isso precisa de ser enquadrada pela comunicação de um clube, porque no futebol há outras dimensões para além da competitiva. Caso contrário começa a surgir desconfiança e o principal alvo é sempre o treinador. Sobretudo quando este sucede a alguém que trocou o clube pelo seu maior rival: a vontade de derrotar o antigo técnico é tanta que ao novo timoneiro é exigido tudo, independentemente das condições contextuais.

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Dito isto, o que tem feito o Benfica para promover Rui Vitória como o homem certo para a conquista do tri-campeonato? Muito pouco, parece-me. O clube não tem sabido promover a imagem do seu treinador. É amplamente reconhecido que Rui Vitória tem um perfil diferente do de Jorge Jesus (mais 'racional', mais académico, mais ponderado), mas o Benfica não tem sabido capitalizar estas características.

Rui Vitória é um treinador com ideias, como prova o seu 'Arte da Guerra para Treinadores', mas o Benfica não tem conseguido dar-lhe o palco certo para as popularizar entre os adeptos. E isto seria fundamental. Como escrevi em tempos a propósito de Vítor Pereira, garantir que os adeptos percecionam o treinador como alguém com conhecimentos que nem todos têm (para evitar o chavão 'isto até eu fazia') é fundamental, pois garante a distinção e a elevação da marca do treinador. Só com isto o treinador deixa de ser 'mais um'.

Quanto a Jorge Jesus, o técnico do Sporting começa a temporada como acabou: com aura vencedora. Foi ele quem mais ganhou com o triunfo do Sporting na Supertaça. Contudo, não se tem afastado de polémicas. A dos SMS foi inicialmente mal gerida. Se era para negar a autoria das mensagens veiculadas pelo Correio da Manhã, a conferência de imprensa de antevisão do jogo com o Tondela tinha sido o momento ideal. Retardar a negação para depois da estreia no campeonato apenas a tornou artificial.

Tendo em conta o bom momento de Jesus, este caso não deve deixar grandes marcas. Mas o clube deve ser mais lesto a coordenar a defesa do e com o seu treinador, de maneira a evitar emendas que dificilmente produzem resultados por terem surgido fora de horas.

Este texto é resultado da colaboração semanal entre o Futebol 365 e o blogue marcasdofutebol.wordpress.com. Esta parceria procura analisar o desporto-rei a partir de um ângulo diferente: a comunicação.

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