O comité de ética da FIFA garantiu hoje que o presidente demissionário do organismo que tutela o futebol mundial, Joseph Blatter, se pode defender no caso de alegada corrupção, que levou à suspensão preventiva do suíço.
“Ele teve direito a todos os seus direitos, incluindo explicar-se sobre todos os detalhes necessários. E juntamente com o seu advogado”, disse o porta-voz do comité de ética, Andreas Bantel, à AFP.
Na quinta-feira, os advogados de Joseph Blatter consideraram que o Comité de Ética da FIFA “não respeitou” os seus próprios regulamentos ao suspender o suíço por 90 dias sem antes o ouvir.
Segundo um comunicado do suíço Lorenz Erni e do norte-americano Richard Cullen, “o presidente Blatter lamenta que a Comissão de Ética não tenha cumprido o código de ética e disciplinar”, por ter abdicado de ouvir o presidente demissionário do organismo.
Os dois advogados entendem que o mesmo comité “baseou a sua decisão numa interpretação errada das medidas tomadas pela procuradoria-geral da Suíça”, que instaurou um processo criminal a Blatter por suspeita de gestão danosa, apropriação indevida de fundos e abuso de confiança.
“O Ministério Público será obrigado, por lei, a renunciar ao procedimento criminal caso o inquérito não consiga reunir provas suficientes em duas semanas”, refere o mesmo comunicado dos dois advogados.
Blatter e o presidente da UEFA, Michel Platini, foram suspensos provisoriamente por 90 dias pelo Comité de Ética do organismo que rege o futebol mundial em consequência da sua implicação no escândalo de corrupção que atingiu da instituição.
O secretário-geral da FIFA, o francês Jérôme Valcke, também foi suspenso provisoriamente por 90 dias, e o sul-coreano Chung Mong-Joon, que também já assumiu a candidatura à sucessão de Blatter na presidência do organismo, foi suspenso por seis anos.