loading

Crónica: Éder foi herói improvável e Portugal é campeão da Europa

O quarto golo de Éder com a camisola da seleção nacional deu hoje a Portugal o primeiro título europeu de futebol, no triunfo por 1-0 sobre a França, após prolongamento, numa final também marcada pela lesão de Ronaldo.

Crónica: Éder foi herói improvável e Portugal é campeão da Europa

Éderzito António Macedo Lopes, mais conhecido Éder, passou a ser eterno na história no futebol luso quando aos 109 minutos, com um remate de fora da área, depois de ter fugido aos centrais gauleses, marcou o golo que tornou Portugal campeão da Europa.

O avançado de 28 anos, o ‘patinho feio’ desta seleção que viu muitas vezes posta em causa o seu lugar no lote de 23 de Fernando Santos, foi o herói improvável de Portugal no Stade de France, mas não foi o único.

Durante o tempo regulamentar, fase em que a França foi claramente superior a Portugal, Rui Patrício foi um gigante entre postes, efetuando uma mão cheia de excelentes defesas, mantendo a seleção lusa na luta pelo troféu, e Pepe foi imperial no centro da defesa, exibição que lhe valeu o prémio de melhor jogador da final.

Após o empate com a Islândia (1-1) na estreia, Fernando Santos disse que iria para casa só no dia 11 e em festa. Assim o vai fazer.

Portugal pôs fim a uma série de 10 derrotas seguidas com a França, que hoje perdeu o estatuto de ‘besta negra’ do futebol português, depois de ter eliminado a seleção lusa em três meias-finais.

A formação das ‘quinas’ sagrou-se campeã europeia num jogo em que desde muito cedo perdeu Cristiano Ronaldo, que ficou lesionado depois de uma entrada duríssima de Payet, num lance em que o árbitro nem falta assinalou.

Na véspera, o selecionador francês Didier Deschamps tinha dito que ainda ninguém tinha encontrado a "fórmula anti-Ronaldo". Hoje, encontrou-a. O capitão da seleção portuguese ainda tentou manter-se em campo, mas acabou por sair em lágrimas, aos 25 minutos, dando lugar a Ricardo Quaresma.

A verdade é que Portugal, que voltou a ter William Carvalho e Pepe no ‘onze’, entrou muito mal na final do Euro2016, não conseguido fugir ao nervosismo de um palco tão grande, errando muito passes a meio-campo, que a França foi aproveitando para ganhar algum ascendente no encontro.

Numa altura em que Ronaldo já estava debilitado, Rui Patrício iniciou o seu ‘festival’ de boas defesas, negando golos a Griezmann, com uma intervenção fantástica, e depois a Giroud, que atirou à figura do guarda-redes do Sporting.

Se já parecia estar difícil para Portugal, ainda mais ficou quando Ronaldo saiu de campo. A formação lusa sentiu muito a ausência do seu capitão e até ao intervalo mostrou-se algo perdida no relvado.

Sissoko realizou inúmeras arrancadas desde o seu meio campo, com William Carvalho e Adrien a terem sempre muitas dificuldades em parar o médio do Newcastle, e numa desses lances Patrício teve de intervir, impedido que o jogador francês desse vantagem à sua seleção.

Portugal aguentou e foi para o intervalo com o nulo no marcador. Fernando Santos aproveitou para corrigir algumas situações e a seleção nacional entrou mais organizada na segunda parte, com as linhas mais coesas, mas continuou sem ‘poder de fogo’.

Mesmo assim, Patrício foi novamente chamado a intervir, aos 58 minutos, e pouco depois viu Griezmann falhar a melhor oportunidade do jogo até esse momento. O avançado gaulês, que se sagrou melhor marcador do Europeu (seis golos), apareceu solto na área mas atirou por cima.

Os ‘bleus’ começaram mais uma vez a crescer e, aos 66 minutos, Fernando Santos lançou o experiente João Moutinho para o lugar de Adrien, que sentiu muitas dificuldades na batalha do meio-campo frente a Pogba e Matuidi.

Depois de nova defesa do guarda-redes português, foi a vez de Éder ter o seu papel na final, substituindo Renato Sanches, o melhor jogador jovem do torneio, que sentiu demasiado o peso da final.

Portugal melhorou. Ganhou um homem entre os centrais franceses, dando a Nani e Ricardo Quaresma outra liberdade na construção do jogo ofensivo. O avançado entrou aos 79 minutos e praticamente na jogada seguinte chegou finalmente ao pé de Lloris, que defendeu com segurança um remate de Quaresma.

Já cheirava a prolongamento, mas antes Rui Patrício teve de voltar a opor-se a Sissoko e viu Gignac acertar no poste, num lance em que o avançado francês ‘deitou’ Pepe. A bola não entrou e Portugal continuou na luta.

A seleção nacional cresceu muito durante o período extra, talvez por ter tido mais um dia de descanso antes da final. Passou a ter maior domínio no meio, com Éder a incomodar Lloris e depois Raphael Guerreiro a acertar com estrondo na barra, de livre direto.

Aos 109 minutos, o momento da final. Éder contra o mundo. Sozinho, o avançado recebeu a bola entre Koscielny e Umtiti, fugiu, foi agarrado e de repente disparou rasteiro do ‘meio da rua', batendo Lloris e ‘gelando’ grande parte do Stade de France. Portugal estava a 10 minutos de ser campeão europeu.

Com mais ou menos dificuldades, a seleção nacional aguentou as investidas francesas, mesmo com Raphael Guerreiro lesionado no lado esquerdo da defesa, e sagrou-se campeã europeia.

Confira aqui tudo sobre a competição.

Siga-nos no Facebook, no Twitter, no Instagram e no Youtube.

Relacionadas

Para si

Na Primeira Página

Últimas Notícias

Notícias Mais vistas

Sondagem

Quem será o próximo presidente FC Porto?