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O 'grande salto em frente' do Torreense à entrada para o centenário

Prestes a assinalar o centenário da sua fundação, o Torreense cumpre esta data especial numa nova fase da sua longa história, fruto da chegada ao futebol do investimento chinês pelo empresário Qi Chen.

O 'grande salto em frente' do Torreense à entrada para o centenário

O investidor, que adquiriu a maioria do capital da SAD do Torreense em 2015, encontrou no clube de Torres Vedras mais uma ‘base' para a implementação do seu projeto de promoção e desenvolvimento de jovens futebolistas chineses.

Só no clube fundado em 1917 estão seis elementos entre os 18 e os 21 anos, mas Qi Chen está igualmente ligado a outros emblemas, como o Pinhalnovense.

Com o Torreense a ocupar o terceiro lugar da Série F do Campeonato de Portugal, com 35 pontos, a dois pontos dos lugares de acesso à fase de subida, e uma campanha meritória na Taça de Portugal, caindo nos oitavos de final frente ao Desportivo de Chaves, o diretor do clube, Pedro Canoa, fez um balanço positivo do trajeto iniciado na época passada.

"Inicialmente, há sempre dúvidas das pessoas. Muitas falam sem conhecimento, mas, nesta altura, ninguém tem dúvidas, principalmente pelos resultados que estamos a ter esta época. As pessoas estão muito próximas do clube e temos um Torreense ao nível da sua história", referiu.

Em entrevista à Lusa, o dirigente considerou que uma das razões do sucesso passa pela "não descaracterização da história do clube" com a chegada de vários jogadores chineses.

"Estamos a ser um projeto de sucesso, porque todas as partes envolvidas estão a ser beneficiadas: a cidade, a região e o próprio clube", frisou.

Qin Cheng, Lin Yang, Shang Jin, Boxuan Feng, Zhang Lingfeng e Sun Zhaoliang são os jovens em busca de afirmação no futebol português. No entanto, uma parte significativa de uma boa adaptação destes jovens a Portugal passa pelos colegas de equipa e aqui Pedro Canoa destacou o cuidado que envolveu a formação do plantel.

"A integração decorreu de uma forma natural, porque o perfil de cada jogador do plantel foi preparado para os jogadores chineses terem uma integração positiva e boa. Eles estão felizes, tranquilos e temos todos os elementos integrados. Os objetivos estão a ser cumpridos", reforça.

Esta visão é secundada pelo ‘capitão’ de equipa, Fábio Santos, que enalteceu o "bom contributo" destes jogadores chineses, nomeadamente Boxuan e Lingfeng, que figuram habitualmente no ‘onze’ inicial.

"Faço um balanço positivo. No início, com a dificuldade da própria língua, as coisas são difíceis, mas com o tempo tudo se torna mais fácil. As coisas estão a correr bem", referiu o defesa.

A comunicação entre chineses e portugueses é apontada por todos como a maior barreira, mas um dos jovens já deu esse ‘grande salto em frente'. Lingfeng, de 19 anos, passou na época passada pelos escalões de formação do Sporting e, além do talento nos relvados, consegue já expressar-se em língua portuguesa.

"O português é muito diferente do chinês", começa por dizer o jovem médio, explicando também as profundas diferenças que encontrou dentro das quatro linhas: "É mais difícil jogar aqui em Portugal. Os jogos têm mais intensidade e também temos mais encontros do que na China.

Aqui é tudo muito mais tático do que aquilo que tínhamos no nosso país".

Cumprir uma carreira no futebol europeu é o "sonho" de Lingfeng, mas, para que tal se concretize, o jogador espera seguir as instruções de Qi Chen.

"Pediu-nos para ajudar a equipa, para darmos o nosso melhor e que tínhamos de trabalhar muito para jogar. A adaptação não foi muito fácil, mas gosto muito desta equipa. Este clube é grande e tem muita história", admitiu o médio.

A coordenar o crescimento destes jovens está o treinador Rui Narciso.

Sublinhando não ter recebido indicações sobre a obrigatoriedade de utilização dos jogadores chineses na equipa, o técnico do Torreense reconhece a sensibilidade que é preciso ter dentro deste projeto.

"Um dos grandes objetivos é tentar fazer com que estes jogadores evoluam e conseguir conciliar isso com resultados não é uma tarefa fácil, mas é um bom desafio. O futebol moderno vai cada vez mais neste sentido e o treinador tem de estar adaptado a estes desafios", asseverou.

Rui Narciso acrescentou ainda que "um jogador tem de competir para evoluir" e que os treinos não garantem a aprendizagem desejável.

"Tem de haver a consciência de os jogadores precisarem de minutos. Nada me foi exigido, mas há uma sensibilização. Esforço-me para que todos evoluam e possam jogar. Felizmente, as coisas têm corrido bem", rematou.

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