O regresso de Luisão ao lugar de ‘patrão’ da defesa, a confirmação do brasileiro Ederson na baliza e a estratégia de Pizzi marcaram a temporada do Benfica, que hoje se sagrou pela primeira vez tetracampeão nacional de futebol.
Depois de ter estado com um pé fora do clube da Luz no início da época, aos 36 anos, o capitão Luisão recuperou o estatuto de titular indiscutível e festejou pela sexta vez a conquista do campeonato, numa temporada em que ultrapassou os 500 jogos com a camisola dos ‘encarnados’.
Apontado pela criticas como um jogador já ‘sem pernas’ para atuar ao mais alto nível e após ter feito apenas nove jogos na I Liga em 2015/16, Luisão calou ‘tudo e todos’ e, na sua 14.ª temporada no Benfica, foi de novo o patrão da defesa das ‘águias’.
Atrás do central, Ederson segurou definitivamente o estatuto de dono da baliza do Benfica, relegando para o banco de suplentes o bem mais experiente Júlio César, e foi também determinante para segurança defensiva que os ‘encarnados’ demonstraram durante todo o campeonato.
O guarda-redes de 23 anos, que passou a ser chamado à principal seleção do Brasil, teve uma época praticamente sem falhas, sendo que a única ‘mancha’ aconteceu frente ao Sporting, no Estádio José Alvalade, num encontro que acabou empatado a um golo.
Imprescindível na caminhada para o ‘tetra’ foi Pizzi, o ‘cérebro’ do meio-campo da equipa de Rui Vitória, que utilizou o internacional português como titular em todos os jogos do campeonato, apontando 10 golos.
Algumas vezes com Fejsa ao lado, outras vezes com Samaris, o médio português foi durante toda a época o estratega do jogo ofensivo do Benfica, tendo juntando nove golos ao impressionante registo de 33 jogos consecutivos a titular na I Liga, 57 se for contabilizado juntamente com 2015/16.
No centro da defesa, ao lado do patrão Luisão, o internacional sueco Viktor Lindelof, de apenas 22 anos, afirmou-se em definitivo, enquanto Nelson Semedo foi dono e senhor do lado direito. O primeiro foi titular em 32 jogos e o segundo em 31, e ambos marcaram um golo cada, com destaque para o do nórdico, num livre direto que valeu um importante empate com o Sporting em Alvalade (1-1).
Menos decisivo, sobretudo devido a uma temporada cheia de problemas físicos, mas igualmente importante, foi o avançado Jonas, que assinou 13 golos no campeonato, alguns determinantes para garantir o triunfo da sua equipa na fase decisiva da prova, como aconteceu com o Estoril-Praia (2-1).
Na ausência do brasileiro, o grego Mitroglou foi o 'homem de confiança' de Rui Vitória, e correspondeu com 15 golos, que fazem dele o melhor marcador da equipa esta época, durante a qual o Benfica perdeu um elemento importante em janeiro: Gonçalo Guedes.
Com 16 jogos realizados e dois golos marcados, o extremo foi um dos imprescindíveis da equipa 'encarnada' na primeira metade do campeonato, antes de protagonizar uma das grandes transferências do 'mercado' de inverno, quando trocou o Benfica pelo Paris Saint-Germain, por 30 milhões de euros.
Na lista das desilusões aparecem Rafa, que custou 16,4 milhões de euros aos cofres do clube da Luz e protagonizou a transferência mais cara de sempre entre clubes portugueses (atuava no Sporting de Braga), e o peruano Carrillo, que os ‘encarnados’ foram buscar a ‘custo zero’ ao eterno rival Sporting.
Rafa, que durante a época foi igualmente presença assídua no departamento médico da Luz, fez um total de 20 jogos na I Liga, tendo sido titular em 11, e somou apenas dois golos na primeira temporada na Luz.
Pior registo teve Carrillo, que só por três vezes foi aposta de Rui Vitória no ‘onze’ titular em jogos do campeonato. O extremo peruano, que esteve em 19 jogos, marcou também dois golos.