Rui Vitória: «Uma das grandes armas que tivemos foi olhar para nós»

"O primeiro objetivo não foi alcançado, porque queríamos vencer, mas os outros dois objetivos acabam por se sobrepor a esse. Era fundamental, primeiro, que todos os meus jogadores fossem tetracampeões. Tinha dito isso e não iria alterar. Só se acontecesse alguma coisa é que isso não iria ser cumprido.

Depois, também possibilitar a outros jogadores, que têm trabalhado muito bem e que não têm tido oportunidade de jogar, que jogassem hoje.

É evidente que se correm riscos, porque são jogadores que não têm ritmo competitivo e algumas rotinas defensivas, mas ver e sentir que estes jogadores foram premiados, todos e ao mesmo tempo ver o meu grupo todo feliz por este tetra e não ver aqui ninguém triste ou amargurado fico mais satisfeito.

A entrada do Paulo [Lopes] e nós começamos a atacar melhor. O Paulo transmitiu o orgulho benfiquista e de campeão, porque naquela altura o resultado não era razoável, mas houve ali um momento em que sentimos 'calma, vamos lá mostrar a nossa qualidade' e coincidiu com a entrada do Paulo.

O Paulo tem sido importante ao longo de todo este processo e tem tido poucos minutos, mas merecia se calhar mais do que ninguém este título de campeão.

[Sobre apoio que a equipa teve]. Foi gratificante ver os nossos jogadores contentíssimos por poderem premiar e entregar as camisolas.

Dá-me prazer ver todos os jogadores terem um compromisso com o clube. Ser-se campeão é ter este foco. A vitória de um é a vitória de todos. Dá-me prazer ver a nossa equipa ultrapassar obstáculos, e foram muitos, e a equipa sempre a dar respostas.

Não nos resignamos e não nos lamentamos.

Uma das grandes armas que tivemos foi olhar para nós. Fomos à frente a partir da quinta jornada e sabíamos que tínhamos o retrovisor para olhar. Preocupamo-nos acima de tudo connosco, isso é que importa.

O Benfica foi assim este ano e vai continuar assim, porque esta é a receita dos campeões.

[Sobre a final da Taça de Portugal com o Guimarães] Temos consciência de que vamos defrontar um bom adversário. Já defrontámos há uma semana, mas não há jogos iguais. Ninguém precisa de nos dizer o que pode ser o novo jogo. É um jogo difícil."