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Piqué diz que um independentista pode jogar pela seleção de Espanha

Gerard Piqué, um dos símbolos do Barcelona e que se tem manifestado a favor do referendo sobre a independência da Calunha, considerou hoje que “um independentista pode jogar na seleção”.

Piqué diz que um independentista pode jogar pela seleção de Espanha

Piqué, que foi contestado na chegada à seleção, em Madrid, com vista à dupla jornada de qualificação para o Mundial2018, com Albânia e Israel, esteve hoje no centro das atenções, na conferência da seleção, e a Catalunha foi o tema principal.

“Não é o meu caso, mas um independentista pode jogar na seleção. Um independentista não está contra a Espanha. Existem muitos catalães que querem o seu próprio país, só isso. Não considero que esteja na primeira linha da militância”, disse o central.

O jogador falou das sensações que teve, com a má receção dos adeptos, admitindo que “foi difícil”, mas que o desafio é dar a volta a isso e acreditar que com respeito e coerência “todos podem chegar a bom porto”.

“O mister [Julen Lopetegui] e os meus companheiros decidiram que esteja aqui. Tentarei ajudar com tudo o que possa dentro de campo. Temos o objetivo de nos qualificarmos para o Mundial e temos que nos centrar nisso”, referiu.

O futebolista disse ainda ser impossível colocar em causa o seu compromisso e que tem muito orgulho na seleção, acrescentando que não se arrepende das declarações na zona mista de Nou Camp, em que chorou e se revoltou contra a polícia.

“Não me arrependo porque é o que sinto. Estamos no mundo, somos pessoas e é impossível que pensem todos da mesma forma. Sou favorável a que as pessoas possam votar sim ou não ou em branco”, explicou.

O jogador falou também que a sua saída da seleção é algo à parte, não é algo pensado para agora, que quererá sair da melhor maneira e não pela porta de trás, encarando a seleção e a Federação espanhola como família.

Os assobios são um incómodo para Piqué, questionando as pessoas: “só quero que as pessoas pensem se é melhor apoiar a seleção ou assobiarem-me a mim”.

Ainda em relação à independência da Catalunha, o jogador disse ser essa a pergunta de um milhão e que não a iria evitar.

“Não posso oscilar entre um lado e outro. Os futebolistas têm uma imagem global. Os meus filhos são colombianos, libaneses, espanhóis e catalães, somos pessoas globais. Há um problema em Espanha que vai mais além e é preciso diálogo”, afirmou.

Piqué ainda desmentiu um conflito com Sergio Ramos, central do Real Madrid, revelando que em breve os dois vão abrir um negócio, para reiterar que a questão da Catalunha obriga ao diálogo, fazendo uma analogia familiar.

“A Catalunha é o filho de 18 anos que quer sair de casa. O governo de Espanha tem que se sentar e falar com o filho, ou ele vai embora”, resumiu.

O Governo catalão sustentado por uma maioria parlamentar que apoia a independência da região organizou no domingo um referendo ilegal, muito polémico, em que apenas 42% dos eleitores foram votar para decidir por esmagadora maioria que desejam ser independentes de Espanha.

A consulta foi boicotada pelos movimentos e partidos que não apoiam a separação da Catalunha de Espanha, apesar de muitos deles também defenderem a realização de uma consulta popular na região, mas feita de acordo com as regras aceites por todos e não apenas de uma das partes.

A votação de domingo foi marcada pela intervenção da polícia espanhola, que tentou encerrar da parte da manhã alguns centros eleitorais, numa ação que teve momentos de grande violência, que passaram nas televisões de todo o mundo.

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