Todo-o-terreno: Elisabete Jacinto quer «concretizar sonho de ganhar»

Para Elisabete Jacinto, a presença no Africa Eco Race, que irá percorrer as pistas de Marrocos, Mauritânia e Senegal, para terminar no mítico Lago Rosa, em Dacar, “será o grande desafio da temporada”.

A piloto portuguesa, que optou pela prova africana em detrimento da versão sul-americana do Dakar, alcançou já este ano o triunfo na sua categoria no rali da Tunísia e o terceiro posto no de Marrocos, terminando, respetivamente, nos oitavo e 15.º lugares da geral.

“Este ano tem sido, de facto, excelente. A equipa conseguiu alcançar um nível de desenvolvimento muito bom no camião [MAN TGS] e está a trabalhar cada vez melhor”, disse hoje Elisabete Jacinto.

A piloto está consciente das dificuldades que irá enfrentar, “não só ao nível das características do percurso, mas também ao nível das difíceis condições que esta prova pressupõe”.

“Vou ter vários adversários também empenhados em lutar pela vitória e o objetivo é rodar entre os três primeiros camiões, tendo por meta a vitória e terminar entre os 10 primeiros da geral”, disse.

O objetivo profissional de Elisabete Jacinto é “alcançar resultados cada vez melhores” e ser “reconhecida não como uma mulher piloto, mas como uma boa piloto”.

Sem as armas e os orçamentos das equipas equipadas com protótipos construídos especificamente para este tipo de provas - o MAN de Elisabete Jacinto é modificado a partir de um modelo de série -, a portuguesa acredita que a experiência no terreno pode fazer a diferença.

As pistas africanas, ao contrário das argentinas, por exemplo, onde decorre o moderno Dakar, “protegem” as equipas com menos recursos, pois sobressaem outros fatores, como o conhecimento do terreno e a navegação.

Na última edição do Africa Eco Race, Elisabete Jacinto terminou no segundo lugar dos camiões, atrás do Tatra do checo Tomas Tomecek, “que quando chegou às pistas da areia voou para a meta”.

Bebendo da experiência acumulada nas últimas provas, a equipa de Elisabete Jacinto procurou melhorar o camião no sentido de o tornar mais competitivo, com a introdução de novas molas, menos peso e traseira cortada.

No Africa Eco Race2012, Elisabete Jacinto irá ter como navegador José Marques, que vai ocupar o lugar que ao longo do corrente ano pertenceu ao belga Charly Gotlib, e em quem deposita “total confiança”.

O mecânico Marco Cochinho será, como habitualmente, o terceiro elemento da tripulação do MAN TGS, que é uma equipa 100 por cento portuguesa e apoiada pelo construtor germânico.

Elisabete Jacinto é o piloto português com mais participações em provas africanas de todo-o-terreno, com mais de três dezenas disputadas desde a estreia em 1997, no Rali da Tunísia, de moto.