Discussão para a final da 'Champions' passa primeiro por Madrid

O peso da história está reservado apenas para quarta-feira no Estádio Santiago Bernabéu, num jogo que opõe o campeão europeu em título, o Bayern, ao Real Madrid, o clube com mais troféus na competição (nove, entre Taças dos Clubes Campeões Europeus e Liga dos Campeões).

Na outra meia-final, na terça, defrontam-se duas equipas muito menos experientes, mas igualmente com créditos para chegarem a esta fase: o Atlético Madrid, líder em Espanha e renovado sob o comando de Diego Simeone, e o Chelsea, de José Mourinho, que foi campeão europeu em 2011/12 (com o técnico Di Matteo)

A equipa “colchonera” seria uma espécie de "outsider" na competição, mas provavelmente contra todas as previsões iniciais ganhou respeito e credibilidade, e até pode ser favorita frente aos ingleses, depois de também ter afastado o FC Barcelona da prova e ser natural líder em Espanha.

Desde há duas épocas e meia com o ex-futebolista Diego Simeone como técnico, o clube tem vindo a ganhar competitividade e poucos acreditariam que é o principal candidato ao título em "La Liga", à frente de FC Barcelona e Real Madrid.

Nas suas fileiras tem o médio português Tiago, mas é o brasileiro Diego Costa o seu grande trunfo, um jogador que chegou a suscitar polémica pela opção de representar a seleção de Espanha e não a do Brasil.

Assim, será preciso um Chelsea forte para seguir em frente - os “blues” perderam no fim de semana com o Sunderland e praticamente hipotecaram o título -, e superar o Atlético, que surge como o “intruso” numa competição que nunca ganhou.

Com apenas três meias-finais da maior competição europeia de clubes no seu “currículo”, o Atlético foi eliminado nas edições de 1958/59 e 70/71 (na ainda Taça dos Clubes Campeões Europeus). Os “colchoneros” têm, de facto, pouca história na prova.

Atlético Madrid e Chelsea apenas se defrontaram três vezes, duas na Liga dos Campeões de 2009/10, na fase de grupos, com uma goleada dos “blues” em casa (4-0) e um 2-2 no Vicente Calderón, e na Supertaça Europeia de 2012 (vitória dos madrilenos, que tinham vencido a Liga Europa, por 4-1).

Também por isto, Mourinho terá de pedir o máximo à sua equipa. De assinalar que na época em que regressa a Londres poderá levar os “blues” ao seu terceiro troféu europeu consecutivo (venceram a Liga dos Campeões em 2011/12 e a Liga Europa em 2012/13).

Na quarta-feira a discussão entra num nível histórico do futebol europeu, embora o supervencedor Real Madrid (nove taças em 12 presenças) não seja favorito, mesmo contando com o melhor jogador do Mundo (Bola de Ouro da FIFA), o extremo português Cristiano Ronaldo.

Pela frente terá o campeão europeu em título, comandado pelo espanhol Pep Guardiola e que persegue a sua sexta taça (venceu em 1973/74, 1974/75, 1975/76, 2000/01 e 2012/13).

O Bayern Munique pode tornar-se, se chegar à final no Estádio da Luz e vencer, o primeiro clube a revalidar o cetro na “era Champions” (desde 1992/93).

Pelos "merengues", a utilização de Cristiano Ronaldo, que esteve lesionado, é provável, mas não certa, num grupo em que o técnico italiano Carlo Ancelotti conta também com os defesas internacionais portugueses Pepe e Fábio Coentrão.

De salientar que ao longo da história, Real Madrid e Bayern – que nunca mediram forças numa final - encontraram-se por cinco vezes em meias-finais da “Champions”, num registo favorável aos alemães, que eliminaram por quatro vezes os “merengues”, a última em 2011/12, nos “penáltis”.

Os jogos da segunda mão estão agendados para 29 de abril, em Munique (Bayern-Real Madrid), e 30, em Londres (Chelsea-Atlético Madrid). A final disputa-se a 24 de maio, no Estádio da Luz, em Lisboa.