Comentário: Gil Vicente conquista primeiro ponto em Paços de Ferreira

Ricardo inaugurou o marcador para o Paços de Ferreira aos 43 minutos, de cabeça, após livre estudado, mas Peck´s, aos 73, restabeleceu a igualdade para o Gil Vicente, também de cabeça, após centro da esquerda de Diogo Viana, e fixou o segundo empate da história entre as duas equipas para a I Liga, em 12 jogos na Capital do Móvel.

O guarda-redes gilista Adriano foi a figura do encontro, ao negar por duas vezes o golo a Edson Farias, já nos minutos finais e numa altura em que a equipa estava reduzida a nove (os centrais Peck's e Enza-Yamissi foram expulsos por acumulação de amarelos).

O jogo começou com o domínio esperado do Paços, assente num futebol apoiado, construído a partir de Seri ou Sérgio Oliveira, mas a aceitação deste domínio também passava pela estratégia gilista.

O "pacense" José Mota, que se estreou no banco do Gil Vicente, apostou numa equipa de contenção, a defender no seu meio-campo, com povoação do centro do terreno, retirando espaço ao adversário, em que as saídas de bola privilegiavam as faixas laterais, através de Diogo Valente e Caetano, com César Peixoto a completar o triângulo criativo da equipa.

Esta estratégia convidava o Paços a explorar as costas dos laterais, mas faltava velocidade aos médios interiores, obrigando os laterais a um esforço suplementar, numa falta de intensidade compensada com o jogo curto ou o recuo de Bruno Moreira, que, em apoios, criava desequilíbrios.

Apesar deste domínio, por vezes avassalador, escasseavam oportunidades de golo, apesar da ameaça de Sérgio Oliveira, aos três minutos, com um remate por cima, e da resposta, mais perigosa ainda do Gil, por Diogo Valente, aos 23, em posição duvidosa, com Rafael Defendi a parar o remate.

Seria o central Ricardo a desequilibrar o jogo a favor dos pacenses, aos 43 minutos, com um golpe de cabeça, após livre ensaiado da direita.

Este golo ia obrigar o Gil Vicente a sair da sua zona de conforto e Caetano, aos 48 minutos, quase aproveitava uma desatenção defensiva para restabelecer a igualdade, mas Defendi, mais uma vez, levou a melhor.

O jogo perdia qualidade com o decorrer dos minutos, embora com domínio dos locais, e o Gil Vicente foi ganhando confiança, acabando por empatar numa jogada de insistência, aos 73 minutos, por Peck's, após trabalho de Diogo Viana na esquerda.

Os locais reagiram ao golo e começaram a empurrar o Gil para a sua área, uma ideia que se acentuou com as expulsões dos centrais, e, até ao fim, Sérgio Oliveira e Edson Farias, este último por duas vezes e de forma escandalosa, não conseguiram marcar, valendo Adriano Facchini a segurar o empate.

Este resultado garantiu o quarto ponto ao Paços de Ferreira e o primeiro ao Gil Vicente, na estreia do técnico José Mota, que sucedeu a João de Deus.