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Repórteres criticam escolha da Guiné Equatorial para anfitriã da CAN

A organização de jornalistas Repórteres Sem Fronteiras (RSF) criticou hoje a escolha da Guiné Equatorial como anfitriã da Taça das Nações Africanas, lembrando que o país "é uma ditadura que espezinha os direitos fundamentais dos cidadãos".

Repórteres criticam escolha da Guiné Equatorial para anfitriã da CAN

"A Guiné Equatorial tem algumas cartas na manga, principalmente os depósitos consideráveis de petróleo e gás, que parecem fazer toda a gente esquecer-se do seu historial chocante no que diz respeito aos direitos fundamentais", escreve o líder da RSF em África, Cléa Kahn-Sriber, defendendo que os fãs do futebol "não se devem esquecer que, apesar da sua face polida, a Guiné Equatorial é na verdade uma ditadura que espezinha os direitos dos cidadãos".

De acordo com a BBC, a escolha da Guiné Equatorial seguiu-se à recusa de Marrocos em servir de anfitrião ao mais importante evento futebolístico africano, previsto para janeiro do próximo ano, e depois de a África do Sul, Argélia e do Sudão terem alegadamente recusado o convite, também com medo do previsível aumento de casos de Ébola resultante da movimentação dos seguidores das seleções.

Para os RSF, o Presidente, Teodoro Obiang Nguema Basogo, continua a aparecer nos eventos internacionais "sem nunca ser desafiado sobre a maneira chocante como esmagou a liberdade de informação no seu país".

A organização de jornalistas lembra que o país aparece em 168.º lugar numa lista de 180 países avaliados sob o prisma da liberdade de imprensa e explica que apenas a rádio consegue fugir ao controlo e censura do próprio Presidente ou dos seus associados.

A Guiné Equatorial tem seguido uma política de credibilização internacional, tendo aderido à Comunidade de Países de Língua Portuguesa e servido de anfitriã à cimeira da União Africana, em junho.

A liberdade de informação "inexistente" é exemplificada também pela presença de jornalistas internacionais no país: "nenhuma agência de notícias internacional tem um correspondente baseado na Guiné Equatorial e os poucos jornalistas estrangeiros autorizados a visitar o país são vigiados de perto", escreve a RSF, pormenorizando que dois jornalistas do Financial Times "foram presos por agentes da segurança armados em janeiro e depois de ficarem detidos durante três horas, foram escoltados para o aeroporto e postos num avião para fora do país sem recuperarem os computadores, blocos de apontamentos e gravadores".

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