Primeira Liga: Paços de Ferreira – Benfica (declarações)

Paulo Fonseca (treinador do Paços de Ferreira): "Apetecia-me falar [sobre a arbitragem], mas vou manter-me fiel àquilo que prometi no início. Cometi alguns erros num passado recente em relação às arbitragens e não quero seguir esse caminho. [No lance da expulsão] Reclamei uma falta, fui expulso [aos 68 minutos] e não tenho nada a dizer em relação a isso.

O Benfica é uma grande equipa, entrou muito forte no jogo, mas revelámos uma excelente organização defensiva. Controlámos o jogo interior do Benfica, convidámos sempre o Benfica a construir por fora e tivemos alguma qualidade, mais na segunda parte, na saída de jogo.

Não acho justo certas análises ao jogo, quando tivemos o mesmo número de remates, mais cantos e menos faltas. [O Benfica] Não sofria [golos] há 729 minutos, só tinha perdido com o Sporting de Braga, e esta vitória permitiu-nos ultrapassar a pontuação da época passada.

Em relação ao que foi o ambiente fora do estádio, somos poucos, mas muito bons. Os adeptos estiveram presentes.

Acho que o sucesso teve a ver com o nosso rigor tático e em termos defensivos.

[A não utilização do Fábio Cardoso, central cedido pelo Benfica] Foi opção de consciência. Estive muito indeciso até à hora do jogo, mas reparem o que era para um miúdo fazer a sua estreia na I Liga, num jogo com esta carga emocional e frente ao seu clube de formação. Sei bem o ónus que carregamos nestes momentos, pois estreei-me na I Liga frente ao FC Porto e era jogador do FC Porto."

Jorge Jesus (treinador do Benfica): "Durante a primeira parte, o Benfica teve uma entrada muito forte, perdeu uma grande penalidade e teve várias situações para marcar. O Paços não nos arranjou situações muito complicadas.

Face ao que jogámos e às oportunidades que tivemos, devíamos ter chegado ao intervalo a vencer.

Na segunda parte, com o final do jogo, a equipa do Paços foi ficando mais confortável, jogava com as suas capacidades para empatar, mas sempre controlado. Acabou por fazer um golo de grande penalidade (Bruno Paixão só assinalou a falta por indicação do quarto árbitro), aos 90 minutos, mas com oito ou nove jogadores nossos em cima deles.

Mesmo a acabar o jogo, ainda tivemos uma oportunidade para fazer o 1-1, por Salvio, quando tínhamos cinco ou seis avançados dentro da área. Isto é futebol.

Perdemos aqui três pontos. Com a experiência que nós temos, podíamos não ganhar, mas não podíamos perder o jogo. Não foi por aí que levámos o golo, mas houve momentos, ainda com 0 a 0, em que ficámos um pouco ansiosos.

[No final do jogo] Disse ao Eliseu para estar tranquilo, o jogo acabou e já não havia nada a fazer. Com a grande penalidade [desperdiçada por Lima], tudo podia ser diferente, mas o que é a história do jogo é isto mesmo. Quem ganhou foi o Paços, mas, pela análise do jogo, nunca poderia ganhar.

O Benfica joga sempre com a pressão de ter de ganhar, eles [os adversários] perdendo ou ganhando, temos sempre de jogar para ganhar."