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Messi vive do Barcelona, mas o Barcelona também vive de Messi

Um dos mais vincados argumentos daqueles que tentam provar que Cristiano Ronaldo é melhor do que Lionel Messi prende-se com o facto de o craque luso levar o Real Madrid às costas e o argentino sempre ter beneficiado do conforto proporcionado por Xavi, Iniesta e Busquets. Não concordo e os últimos jogos dão-me razão.

Messi vive do Barcelona, mas o Barcelona também vive de Messi

Em primeiro lugar, começo por marcar posição com a certeza de que Cristiano Ronaldo, tal como Lionel Messi ou qualquer outro craque, também beneficia bastante do trabalho realizado por toda a equipa. O Bola de Ouro defende pouco, estando sempre mais preocupado em rasgar com rapidez por uma das alas, no conta-golpe. Desde Mourinho que esta se tornou uma imagem de marca dos 'merengues'.

Não foi por acaso que CR7 mostrou uma enorme preocupação quando Mesut Ozil se mudou para o Real Madrid. O alemão sempre foi um fiel assistente do português. Entretanto, e muito bem, Carlo Ancelotti conseguiu delegar essa função em Luka Modric e Toni Kroos. A falta de Xabi Alonso (mudou-se para o Bayern Munique) ainda não foi colmatada, mas não foi por acaso que os espanhóis se apressaram a contratar Lucas Silva ao Cruzeiro.

A última Bola de Ouro só poderia ter pertencido a Cristiano Ronaldo. Enquanto o avançado luso teve uma das mais consistentes épocas da sua carreira, Lionel Messi viveu uma autêntica 'travessia no deserto', 'ressacando' de milhares de minutos acumulados e lesões mal curadas.

Contudo, assim que Cristiano Ronaldo prometeu fazer tudo para conquistar a quarta Bola de Ouro e alcançar o número de troféus de Lionel Messi, o pequeno argentino parece ter conseguido reacender a 'chama' que lhe ia faltando nos últimos tempos. Desde então, 'La Pulga' recuperou os piques diabólicos com a bola colada ao pé, começou a aparecer inesperadamente em zonas de finalização e a inventar jogadas perigosas.

O impacto de Lionel Messi na subida de rendimento do Barcelona tem sido claríssimo e não há forma de o negar. Além de os catalães nunca mais terem perdido desde a conquista da Bola de Ouro por CR7, o argentino tem-se aproximado como um relâmpago dos números que pareciam inalcançáveis e que foram acumulados por Ronaldo durante a primeira fase da época.

Senão vejamos:

Desde a gala da Bola de Ouro, na Suíça, Lionel Messi marcou em todos os jogos do Barcelona, exceptuando a vitória forasteira frente ao Atlético Madrid (2-3), na segunda-mão dos quartos-de-final da Taça do Rei. Contas feitas, 'La Pulga' segue com dez golos em sete partidas. Se na Liga BBVA, CR7 chegou a ter uma vantagem monstruosa sobre o seu rival no capítulo dos golos, agora leva apenas dois tentos de avanço (28-26).

Mais do que noutras épocas, Lionel Messi tem conseguido marcar e servir os seus colegas. Não é por acaso que Neymar é o terceiro maior goleador do Campeonato Espanhol, com 17 tentos. Quanto ao contributo de Xavi como servidor de Messi, esse é cada vez menor à medida que o médio catalão vai envelhecendo. Ivan Rakitic tem sido útil, mas continua a léguas dos melhores momentos de Xavi. Iniesta também já foi muito mais influente.

O desafio entre Manchester City e Barcelona, nos oitavos-de-final da Champions League, será mais uma oportunidade para Lionel Messi fazer a diferença e mostrar que, mais do que nunca, os catalães vivem do seu génio.

No final, a conclusão é sempre a mesma. Dar Cristiano Ronaldo ou Lionel Messi como acabados, eclipsados ou qualquer outra palavra que indique um final de ciclo pode ser um enorme erro. Quando menos esperamos, o português e o argentino 'ressuscitam' e voltam a impressionar o mundo do futebol.

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