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Julgamento de 16 pessoas acusadas de violência em jogo de futebol no Cairo

As dezasseis pessoas acusadas de envolvimento em ações violentas diante de um estádio em Fevereiro, que causaram mais de 20 mortos, começaram hoje a ser julgadas por um tribunal egípcio.

Julgamento de 16 pessoas acusadas de violência em jogo de futebol no Cairo

Na primeira sessão de julgamento, o representante da procuradoria egípcia leu a lista de acusações, entre as quais homicídio premeditado, vandalismo, sabotagem de bens públicos e privados e posse de artefactos perigosos.

Os acusados declararam-se inocentes das acusações e alguns deles alegaram que apenas admitiram culpa depois de terem sido torturados, noticiou a agência egípcia Mena.

A defesa solicitou mais tempo para estudar os casos e solicitou liberdade condicional para os acusados que se encontram detidos.

Mais de 20 pessoas morreram e várias dezenas ficaram feridas em consequência dos incidentes em torno do jogo entre o Enppi e o Zamalek, treinado pelo português Jesualdo Ferreira, quando milhares de adeptos procuraram forçar a entrada no estádio.

O jogo entre o Zamalek e o Enppi decorreu com as bancadas ocupadas e não à porta fechada, como tinha vindo a acontecer desde 2012, desde os episódios de violência ocorridos num estádio de Port-Saïd.

A 08 de fevereiro de 2012, num jogo entre o Al-Masry e o Al-Ahly, adeptos do clube anfitrião atacaram apoiantes da equipa adversária, estando na origem de violentos confrontos que provocaram 74 mortos e centenas de feridos.

Em dezembro de 2014, o Governo egípcio tinha decidido autorizar o regresso, em número limitado, de espetadores a alguns jogos do campeonato da primeira divisão de futebol, mas os incidentes do início do mês levaram-no a ordenar a suspensão do campeonato por tempo indeterminado.

O treinador português Jesualdo Ferreira tinha assinado contrato com o Zamalek durante a semana que antecedeu o encontro no Cairo, em substituição de outro técnico português, Jaime Pacheco.

Num comunicado, a procuradoria acusa os adeptos do grupo Ultras White Knights do clube de Zamalek de terem sido financiados pela Irmandade Muçulmana para “realizarem atos de vandalismo e violência durante o evento desportivo” de 08 de fevereiro.

Os adeptos usaram “força e violência face às forças da ordem” o que levou “a polícia a disparar gás lacrimogéneo para os dispersar”, indica a procuradoria.

“Isso conduziu ao caos e a tumulto entre os adeptos que tentaram entrar no estádio (…), o que provocou mortos e feridos”, adianta o comunicado, que refere um balanço de 22 mortos no incidente.

No total, 16 acusados, 12 dos quais “membros da Irmandade Muçulmana e adeptos do clube de Zamalek”, serão julgados por “homicídio involuntário, vandalismo e resistência à autoridade”.

A Irmandade Muçulmana foi considerada uma organização terrorista pelo regime egípcio após o derrube em 2013 do presidente islamita Mohamed Morsi. As autoridades, que lançaram uma repressão sangrenta contra a oposição islamita, são acusadas de instrumentalizar a justiça nessa perseguição.

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