Segunda Liga: Freamunde – Tondela (declarações)

Filipe Rocha (treinador do Freamunde): "Sentimento de grande orgulho pelo grupo de trabalho que oriento. Para mim, eles foram os grandes campeões.

Iniciámos (a época) com uma equipa nova e um plantel praticamente desconhecido. Tivemos de refazer a equipa. Definimos como objetivo a permanência, conseguimos a 18 ou 20 jogos do final e fomos capazes de lutar pela subida até aos últimos jogos.

Acabámos no oitavo lugar, sexto, sem as equipas B, que igualava a melhor classificação da equipa, e hoje foi mais uma grande demonstração dos jogadores desde os 10 minutos, numa expulsão (Tiago Machado) que não entendo. Foi excesso de zelo.

E, com 10, a jogar contra o campeão, fomos a melhor equipa, a equipa que teve mais ocasiões. Fizemos um golo e merecíamos ganhar.

Além da expulsão, há um outro lance que gostava de comentar: como é que dois jogadores, claramente em fora de jogo, por detrás da barreira, (o árbitro) foi avisado que tapavam a visão do guarda-redes, ele disse que, se a bola fosse para aquele lado, anularia, mas a bola entrou e o golo contou.

Isto foi o reflexo do que sofremos durante toda a época. Sem isto, podíamos discutir outros lugares, mas, para o ano, há mais".

Quim Machado (treinador do Tondela): "Os últimos jogos não foram o que esperávamos. Em maio, não ganhámos nenhum jogo, ao contrário de abril, em que ganhámos todos, mas isto é o reflexo do equilíbrio da II Liga.

Penso que (a subida) é justa e foi merecida. Entrei em 10.º e fizemos o nosso caminho. Pela campanha, este título é inteiramente justo.

Para mim, é a segunda subida e a terceira equipa que treino na II Liga. Subi no Feirense, no Chaves, na época passada, discutimos com o Aves a ida ao ‘play-off' e agora o Tondela.

Data histórica para um clube que, em três anos, conseguiu chegar à I Liga.

Agora, vamos festejar. Depois, temos tempo para conversar (sobre uma eventual continuidade), mas sou um homem de projetos e gosto de pessoas com ambição.

(O presidente) É um homem de muita motivação, quer ganhar. É evidente que agora a I Liga é o caminho certo, é um virar de página. É partir para um novo rumo e para manter, que é fundamental.

(Sobre a quebra da equipa nos últimos jogos) No jogo em casa com o Aves, em que podíamos subir, houve um certo relaxamento e após esse jogo tornou-se difícil, houve alguma ansiedade. Temos muitos jogadores novos, não muitos com experiência e foi preciso um trabalho mental.

Queria também dar uma palavra de conforto ao (Francisco) Chaló, ao Carlos Pinto e ao Pedro Miguel. Obrigaram-nos a suar até ao último segundo, mas fomos a equipa mais forte e regular”.

Gilberto Coimbra (presidente do Tondela): "Acho que não há palavras, é inexplicável. Mais uma vez, o Tondela demonstrou, acreditou e isto tinha que acontecer.

No último mês, mês e meio, (a equipa) tremeu, mas é habitual, não está habituada a estas coisas.

Para a região e o distrito (Viseu) é muito importante, o interior já demonstrou que tem boas equipas. É sempre muito mais complicado o futebol no interior.

(Imagino) A imagem de alegria dos milhares de emigrantes de Tondela espalhados pelo Mundo.

O que queria era posicionar o Tondela na I Liga. Em 10 anos, a equipa subiu desde os distritais.

(Sobre a continuidade de Quim Machado) Antes de ser um bom treinador, é uma ótima pessoa. Tenho carinho por ele e, no mínimo, vamos falar muito a sério".