Diretor de provas como as 24 Horas de Le Mans e agora das 4 horas do Estoril, do próximo domingo, o português Eduardo Freitas considera que estão reunidas todas as condições para que a etapa portuguesa seja um êxito.
O Autódromo do Estoril acolhe no domingo a última prova do European Le Mans Series (ELMS), um campeonato de resistência no qual o piloto português Filipe Albuquerque (Jota Sports) ainda está na luta pelo título, a dez pontos de distância do líder.
"Estou extremamente esperançado. Gostava de ver as bancadas deste circuito cheias. Quanto mais não seja para compensar todo o esforço que tem sido posto à volta da prova (...). É um campeonato que se decide aqui, tem pilotos portugueses na disputa do título, portanto temos todas as condições necessárias para trazer bastante público ao Estoril", disse à Lusa Eduardo Freitas.
Com uma carreira de 30 anos ligada à competição automóvel, Eduardo Freitas foi escolhido pela Federação Internacional do Automóvel (FIA) para o cargo de Diretor de Corrida do Campeonato do Mundo FIA de Resistência (WEC), desempenhando as mesmas funções no ELMS.
Eduardo Freitas considera que o circuito do Estoril está "em perfeitas condições de segurança" para a prova e está "relativamente bem" preparado para que o diretor de corrida possa fazer o seu trabalho.
"O circuito do Estoril foi inspecionado pela FIA há não muito tempo. Neste momento é de grau 1 e isso permite ter cá provas de Fórmula 1. A inspeção feita na véspera da prova será mais no estilo de ver se há corretores partidos, alguma coisa que possa danificar ou pôr em perigo o desenvolvimento da prova, porque o circuito está em perfeitas condições do ponto de vista da segurança", explicou.
Para tomar decisões [de caráter desportivo ou de segurança], um diretor de corrida dispõe na sua mesa de informação da performance dos carros, cronometragem e também as imagens da transmissão televisiva e do circuito interno do autódromo.
"No circuito do Estoril trabalha-se bem. É um circuito que está relativamente bem coberto por CCTV (circuito interno televisão), o que nos permite controlar relativamente bem uma prova do ponto de vista desportivo e de segurança. Obviamente, não se compara com um circuito de última geração da Fórmula 1, mas é um circuito onde se consegue trabalhar com algum 'à-vontade' e alguma confiança", salientou.
Eduardo Freitas admite que a entidade organizadora, a Associação de Comissários de Desportos Motorizados do Estoril (ACDME), teve "muitas dificuldades" para trazer a prova para Portugal, mas sublinha que é um evento que gera riqueza para a economia local.
"Qualquer prova é sempre difícil trazer. Caímos no marasmo em que não há público, não há patrocinadores, não há interesse pelas provas e entrámos num círculo vicioso. [...] Mas isto tem um impacto grande ao nível da economia local, é muita gente que vem, muitos estrangeiros, muitas noites de hotel e muitas refeições, muita gente a gravitar em volta do circuito que vai fazer avançar a economia desta zona", completou.