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Os adeptos de Hong Kong vaiaram hoje o hino que partilham com a China e fizeram gestos obscenos durante o jogo de qualificação para o Mundial2018 de futebol entre as duas seleções, que terminou empatado 0-0.
Os jogos da qualificação conjunta para o Campeonato Mundial de 2018 e para a Taça Asiática de 2019 surgem depois dos protestos pró-democracia que decorreram na cidade e sublinharam o descontentamento com o governo de Pequim.
Os adeptos da casa também insultaram os adeptos adversários, mostraram cartazes de insatisfação e fizeram gestos obscenos no início do jogo, que teve lugar no Estádio Mong Kok, com cerca de 6.000 espectadores.
“Porque não gostamos do hino nacional chinês, temos de ir contra isso. Porque Hong Kong não é parte da China, eu não sinto que sou chinês”, afirmou à agência AFP o estudante de Hong Kong Jerry Wong, de 20 anos.
Por outro lado, um adepto chinês e trabalhador do governo Fan Yeng, de 33 anos, que atravessou a fronteira para assistir ao jogo, diz que os adeptos que vaiaram o hino e mostraram sinais contra a China não representam o povo de Hong Kong e que “representam apenas uma minoria”.
As vaias surgiram também como uma provocação às ordens da FIFA, que multou a Federação de Hong Kong depois do último jogo de qualificação, onde também se ouviram vaias ao hino.
Os confrontos entre as duas seleções têm sido motivo de preocupação para as autoridades, desde que em 1985, mais concretamente a 19 de maio, a China recebeu e perdeu, 2-1, com Hong Kong.
Esta derrota impediu a qualificação dos chineses para o Mundial de 1986, no México, e originou motins nas ruas de Pequim depois do jogo terminar, no Estádio dos Trabalhadores, com 80.000 pessoas.
O jogo de hoje era fundamental para Hong Kong e para a China se qualificarem para o Mundial de 2018, mantendo-se em segundo e terceiro lugares, respetivamente, do Grupo C, depois de empatarem também 0-0 na primeira volta, em setembro, na China.
