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Capital chinês entra no futebol guiado por diretrizes do Partido Comunista

Taobao, Suning e SIPG, os três primeiros classificados da Superliga chinesa de futebol ostentam o nome de dois retalhistas e um operador de portos, respetivamente, ilustrando uma aposta empresarial na modalidade ditada pela ambição de Pequim.

Capital chinês entra no futebol guiado por diretrizes do Partido Comunista

Fundado em 1990 por Zhang Jindong, um dos homens mais ricos da Ásia e membro do principal órgão de consulta do Partido Comunista Chinês, o grupo Suning tem 1.600 lojas de eletrodomésticos na China.

Em dezembro de 2015, comprou o clube chinês de futebol Jiangsu Sainty a uma empresa de têxteis com o mesmo nome.

O conjunto foi rebatizado Jiangsu Suning, e o emblema gravado em azul - o caráter chinês ‘Xun', nome de um dos primeiros imperadores da China - deu lugar ao logótipo do grupo, um leão amarelo.

No espaço de uma semana, o clube bateu o recorde da transferência mais cara do país por duas vezes.

O futebol na China continua, porém, a ser dominado pelo Guangzhou Evergrande Taobao, equipa do colombiano Jackson Martinez, ex-avançado do FC Porto, e que em outubro passado se sagrou hexacampeã.

Os principais acionistas do Guangzhou são o gigante chinês do imobiliário Evergrande (56,71% das ações) e o Alibaba (37,81%), empresa que controla 90% do comércio eletrónico no país.

Jackson Martinez assinou pela equipa chinesa em fevereiro passado, oriundo dos espanhóis do Atlético de Madrid, numa transferência avaliada em 42 milhões de euros (ME).

Trata-se da quinta transferência mais cara de sempre na China, num ‘ranking' dominado pelo brasileiro Óscar, que foi contratado, em dezembro último, por 60 ME pelo Shanghai SIPG, equipa orientada pelo português André Villas-Boas.

No SIPG alinha ainda o antigo jogador do FC Porto Hulk, que custou 55 ME - o segundo mais caro de sempre na China.

Fundado em 2005 pelo antigo selecionador chinês Xu Genba, para dar a jovens futebolistas a oportunidade de adquirirem ritmo competitivo, o clube de Xangai começou por se chamar Shanghai Dongya FC.

Em nove épocas, e a competir sobretudo com jogadores com idades entre os 14 e os 17 anos, a equipa chegou à Superliga chinesa.

Em novembro de 2014, o Shanghai International Port (Group), o gigante estatal que opera os terminais públicos do porto de Xangai, o mais movimentado do mundo, adquiriu a totalidade do clube por 500 milhões de yuan (quase 67 ME).

Entre os restantes emblemas chineses o percurso é idêntico, com as grandes empresas do país a responderem à ambição do Governo em converter a China numa potência da modalidade.

No ano passado, Pequim anunciou um "plano de reforma do futebol" que prevê, entre outros pontos, a abertura de 20.000 escolas de futebol até 2020 e que "mais de 30 milhões de estudantes do ensino primário e secundário pratiquem com frequência a modalidade".

O referido plano, aprovado pela Comissão Nacional de Reforma e Desenvolvimento, o organismo máximo chinês encarregado da planificação económica, estabelece como meta colocar a seleção chinesa entre "as melhores equipas do mundo até 2050".

Profissionais do setor alertam, no entanto, para a importância em fomentar competições organizadas para as camadas jovens.

"Sem jogar não se pode evoluir. Só com treino, é impossível", diz o técnico português Rolão Preto, que dirige a academia Luís Figo no país.

Em Pequim, sede de um município com mais de 21 milhões de habitantes, por exemplo, "o número de federados no futebol jovem é muito inferior ao de Lisboa".

Segunda maior economia mundial, a seguir aos Estados Unidos, a China figura em 82.º no ‘ranking' da FIFA, atrás de muitas pequenas nações em vias de desenvolvimento.

Na zona da Ásia e Oceânia de qualificação para o Mundial de 2018, o país ocupa o último lugar do grupo A, somando dois pontos em cinco jogos.

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