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Covid-19: Brasil precisa de duplicar investimento em saúde pública - diretor hospital

O diretor do Hospital Sírio Libanês, um dos mais importantes do Brasil, estimou hoje que o país precisa de duplicar o investimento em saúde pública, criticando o Presidente por minimizar a covid-19.

Covid-19: Brasil precisa de duplicar investimento em saúde pública - diretor hospital

"Numa sociedade com desigualdades como o Brasil, o nosso modelo precisa estar mais próximo do modelo europeu do que do modelo americano, em que boa parte da população não possui assistência médica", afirmou o médico e diretor do Hospital Sírio Libanês, Paulo Chapchap.

O Sírio Libanês, centro médico onde celebridades como Naomi Campbell e políticos como o ex-pPresidente Luiz Inácio Lula da Silva foram tratados, está na linha de frente da luta contra a covid-19 no Brasil, onde as mortes pela doença já ultrapassaram a marca de 12 mil pessoas.

Atualmente este hospital privado administra 550 leitos públicos, dos quais 80 são da Unidade de Terapia Intensiva (UTI), espalhados por três hospitais na cidade de São Paulo, epicentro do novo coronavírus no Brasil.

O Sírio Libanês também coordena planos para avaliar a evolução da doença e fornece estratégias a mais de 90 hospitais de referência.

"Existem países europeus que investem até 10% do seu PIB [em saúde], nos quais o governo participa em 80% dessa quantia. Nosso Governo deve ter essa consciência e colocar 8% do PIB [actualmente na ordem dos 4%], somando as três esferas [estados, cidades e governo central]", declarou Chapchap.

O gestor do Sírio Libanês argumentou que este dinheiro também serviria como um investimento na economia do país, porque "vai promover um complexo industrial da saúde".

Chapchap também mencionou que um dos aspetos que mais atraiu a atenção do comportamento da doença no Brasil é que ela afeta muito mais crianças e pessoas com idade baixo dos 60 anos, quadro diferente do encontrado nos países europeus.

Cerca de 30% dos mortos por coronavírus no Brasil estão abaixo dessa idade, segundo o gestor, que disse não saber se o vírus desenvolveu uma forma mais agressiva no país, avaliando: "Outra possibilidade é que tenhamos pessoas mais jovens, menos cuidadas e com mais doenças".

"Podemos ter mais obesidade, diabetes ou hipertensão não tratada", explicou Chapchap.

O diretor do Sírio Libanês também lamentou a atitude do Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, que está no centro de controvérsias por minimizar o impacto da doença.

"Ao minimizar a crise, [Bolsonaro] dificulta a adesão da população ao distanciamento social e às medidas de proteção necessárias para evitar o contágio", concluiu Chapchap.

O Brasil tem 177.589 casos confirmados e 12.400 mortes provocadas pelo novo coronavírus, segundo os dados mais recentes do Ministério da Saúde.

A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 292 mil mortos e infetou mais de 4,2 milhões de pessoas em 195 países e territórios.

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