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Covid-19: Normalidade do treino não vai ser retomada tão cedo – Gomes Pereira

A normalidade do treino «não vai ser retomada tão cedo», devido à pandemia de covid-19, assumiu o diretor de Medicina Desportiva do Comité Olímpico de Portugal (COP), José Gomes Pereira, «pessimista» quanto às tentativas de “retomar a atividade».

Covid-19: Normalidade do treino não vai ser retomada tão cedo – Gomes Pereira

O antigo diretor clínico do Sporting lembrou hoje, durante um debate multidisciplinar sobre as lesões desportivas promovido pelo COP, numa plataforma ‘online’, que há “uma série de questões que têm de ser resolvidas” e assumiu que não vê “outra alternativa a não ser desconfinar com os riscos que isso tem”, deixando várias questões para serem respondidas.

“Relativamente ao treino, tenho fortes dúvidas e cada vez menos vontade de falar destes assuntos. Porque desde março que as análises se vão repetindo e não surge nada de novo. Se se pode treinar agora, não se podia há 15 dias? Se na aviação não se podia lotar os aviões, dentro de uns dias já pode? O que é que se alterou em termos da condição pandémica?”, questionou o clínico numa das suas intervenções.

Segundo Gomes Pereira, as “questões económicas” estarão por trás de “muitas decisões” que estão a ser tomadas e, apesar de não se mostrar contrário ao descofinamento, lembrou que essa decisão “tem riscos” e que a utilização de equipamentos de proteção individual no treino físico não pode ser comparada às “atividades diárias comuns”.

"A utilização de máscara é muito importante no cidadão em geral, mas no desporto não é assim. Quando respiramos [com a máscara], inspiramos um ar muito enriquecido em CO2 [dióxido de carbono]. Se não temos um fluxo livre na fase expiratória, não estamos a treinar, em termos metabólicos e de consumo e produção de CO2, da forma mais eficaz e que nos faça melhorar através do treino”, exemplificou o médico.

Quanto à tipificação do tempo de paragem imposto aos atletas pela pandemia de covid-19, Gomes Pereira referiu que não é comparável nem a uma lesão nem a férias e catalogou a situação como “catastrófica, sem exagero” no que diz respeito à preparação dos atletas que “não estando lesionados, nem de férias, não puderam treinar”.

“Quando um atleta está lesionado, tem acesso ao médico, fisioterapeuta, exames clínicos e deixou de ter. Tivemos até um caso no judo em que o atleta não foi operado quando era mais conveniente para a sua preparação. Férias é que não é mesmo, pois essas surgem no fim de um ciclo e no momento planeado de acordo com os objetivos para os quais treina”, justificou.

Após a declaração de pandemia, em 11 de março, as competições desportivas de quase todas as modalidades foram disputadas sem público, adiadas – Jogos Olímpicos Tóquio2020, Euro2020 e Copa América -, suspensas, nos casos dos campeonatos nacionais e provas internacionais, ou mesmo canceladas.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), paralisando setores inteiros da economia mundial, num “grande confinamento” que vários países já começaram a aliviar face à diminuição dos novos contágios.

Os campeonatos de futebol de França e dos Países Baixos foram cancelados, enquanto outros países preparam o regresso à competição, com fortes restrições, como sucede na Alemanha, Inglaterra, Itália, Espanha e Portugal, que tem o reinício da I Liga previsto para 04 de junho.

Portugal contabiliza 1.289 mortos associados à covid-19 em 30.200 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim diário da Direção-Geral da Saúde (DGS) sobre a pandemia.

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