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António Simões considera que «entre dezenas de reis, Pelé foi o melhor de todos»

O ex-futebolista português António Simões, campeão europeu pelo Benfica em 1962, considera que, “entre dezenas de reis, o melhor de todos” foi o brasileiro Pelé, que se consagrou como único tricampeão mundial há 50 anos.

António Simões considera que «entre dezenas de reis, Pelé foi o melhor de todos»

“Pelé foi o segundo rei, depois de Di Stéfano, e era impressionante as coisas que fazia tão jovem, como, depois Maradona”, disse à agência Lusa o ‘magriço’, agora com 76 anos, menos três do Edson Arantes do Nascimento.

Simões fala de um jogador “tecnicamente ‘super’ dotado”, que, “tendo em conta que foi há 50 anos”, também era “‘super’ dotado fisicamente, com grande poder de elevação e uma coordenação fantástica com a bola, como Eusébio”, o que lhe permitia estar sempre conectado ao golo.

“Pelé faz-me lembrar o que não tem defeito no futebol, que é o golo. Ele esteve sempre ligado àquilo que não tem defeito, como Eusébio. O golo é a única coisa que não tem defeito, é perfeito”, afirmou à Lusa António Simões, reconhecendo que, “como todos os grandes jogadores, Pelé tinha mau feitio”.

Simões fez uma carreira paralela a Pelé, com a curiosidade de, com 18 anos, o ter defrontado pela primeira vez na sua estreia como internacional ‘AA’, em 06 de maio de 1962, num particular disputado no Pacaembu, em São Paulo, e que o Brasil ganhou (2-1).

“Em maio de 1962, depois da vitória na Taça dos Campeões [o Benfica venceu o Real Madrid por 5-3], cumpri a primeira internacionalização frente ao Brasil e jogou Pelé. Foi o meu primeiro contacto com ele, mas já tinha ouvido falar”, contou.

O ex-jogador ‘encarnado’, entre 1961 e 1975, lembra-se “perfeitamente” desse grande Brasil, “também com Garrincha e Djalma Santos” e de ter “acompanhado o seu trajeto por aí fora, a culminar em 1970, com o terceiro campeonato do Mundo”.

“Depois, encontrei-me com ele em 1975, nos Estados Unidos e fomos muito próximos. Toda a gente o conhece e foi um privilégio defrontá-lo muitas vezes”, explicou.

Antes de medir forças com Pelé, Simões já “tinha tido a oportunidade de o ver na televisão” e diz ter ficado impressionado com as suas qualidades, até pela sua juventude.

“Vi todos os grandes jogadores, vi coisas fantásticas, a Cruyff, Best ou Messi, mas nunca vi, o que vi pessoalmente Pelé fazer: tabelar com um adversário. Quase cometi o erro de pensar que era acidental, mas não tinha nada de acidental, fazia-o várias vezes. Entre dezenas de reis, foi o melhor de todos”, frisou à Lusa.

Quando o defrontou pela primeira vez, Simões já mediu forças com um campeão do Mundo - aos 17 anos, em 1958 – e, quando o reencontrou no Mundial de 1966, já se deparou com um bicampeão, estatuto que Pelé adquiriu em 1962, no Chile.

Em Inglaterra, foi, porém, Portugal que prevaleceu, no que foi a única derrota de Pelé em Mundiais: “Já tinha reparado nisso. Foi o único jogo que perdeu. É um momento, é uma estatística, mas não deixa de ser muito interessante ter sido contra nós”.

“Ele demorou a reconhecer algum valor ao futebol português, mas fê-lo mais tarde e até teve a simpatia de falar no meu nome, teve esse gesto de reconhecimento, o que foi muito interessante, para uma figura transversal, universal”, contou.

A única derrota de Pelé em Mundiais, por 3-1, no Goodison Park, em Liverpool, em 19 de junho de 1966, começou, curiosamente, com um golo de cabeça do pequeno António Simões, tendo o malogrado Eusébio apontado os outros dois tentos lusos.

“Foi muito especial, primeiro porque foi no Mundial e, depois, contra o Brasil e de cabeça. É um momento que marca e que é sempre lembrado. Quanto mais vezes o vejo, mais vejo a intencionalidade. Ainda bem que vi, li e fui capaz de executar. Foi tudo feito como devia ter sido feito”, recordou à Lusa o ‘magriço’.

Quatro anos antes, a história tinha sido bem diferente, na Taça Intercontinental, entre Benfica e Santos: “Em tom de brincadeira, costumo dizer que o Pelé se zangou, o que foi uma chatice, enquanto em 1966 não teve tempo para se zangar”.

“Não fomos capazes. O Santos e o Brasil, com ele, eram a melhor equipa e a melhor seleção do Mundo, até porque, além do Pelé, havia outros. Não foi simpático levar 5-2 [na segunda mão, na Luz, após 2-3 no Maracanã], mas foi com o Santos de Pelé”, frisou.

Em 21 de junho de 1970, no Estádio Azteca, na Cidade do México, Pelé entrou para a história como o único tricampeão mundial de futebol, estatuto que ainda mantém, contribuindo com um golo e duas assistências para o 4-1 à Itália, na final do nono Mundial.

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