Venezuela: Autoridades congelam contas bancárias do presidente da Federação de Futebol

“Para proteger os recursos concedidos pelo Estado à FVF, o ‘Controlador-geral’ da República Venezuela (CGR, inspetor de despesas públicas), Elvis Amoroso, solicitou à Superintendência das Instituições do Setor Bancário da Venezuela (SUDEBAN) suspender as transações bancárias relacionadas com Jesus Miguel Berardinelli Lezama, que exerce funções como presidente do organismo reitor do futebol nacional”, explica em comunicado.

O documento, divulgado em Caracas pela “Controlaria” Geral da Venezuela (o órgão máximo de controlo fiscal venezuelano), explica ainda que o pedido “deve-se a presumíveis irregularidades administrativas, que evidenciam o uso irregular de milhões de dólares outorgados pelo Estado venezuelano para desenvolver atividades desportivas da FVF, que não foram utilizados para tal fim”.

As alegadas irregularidades têm a ver com uma investigação iniciada em 2019 quando Jesus Miguel Berardinelli Lezama era então vice-presidente da FVF.

“O CGR procura garantir a proteção dos interesses dos clubes de futebol do país e dos seus jogadores, no espírito do princípio de colaboração consagrado na Constituição da Venezuela”, sublinha.

Jesus Berardinelli assumiu funções como presidente da FVF no passado mês de abril, para o biénio 2020-2021.

Substituiu Laureano González que em março de 2020 demitiu-se do cargo que desempenhava desde 2016.

Integram a FVF 24 associações estaduais que organizam os distintos eventos e campeonatos de futebol na Venezuela.

O treinador português José Peseiro foi oficialmente nomeado diretor técnico da Seleção Masculina da FVF a 4 de fevereiro de 2020.

A FVF é uma das 10 associações e federações que constituem a Confederação de Futebol da América do Sul (Conmebol).

Entre 1988 e maio de 2015 a FVF foi presidida por Rafael Esquivel Melo, um banqueiro que deixou a banca para se dedicar ao futebol.

Rafael Esquivel Melo foi detido a 27 de maio de 2015, na Suíça, e extraditado para os Estados Unidos de América em março de 2016, pelo alegado envolvimento num caso de corrupção que envolveu catorze pessoas, entre eles nove altos funcionários da Federação Internacional de Futebol, e esteve relacionado com as eleições para as sedes dos Campeonatos Mundiais de Futebol de 2018 e 2022.