Um autogolo de Nuno Santos garantiu hoje uma vitória afortunada do Nacional frente ao Boavista, por 1-0, num encontro da 18.ª jornada da I Liga de futebol que correspondeu aos momentos de forma díspares dos dois clubes.
No Estádio do Bessa, a interceção errada do médio, aos 43 minutos, originou a sexta derrota em nove jogos caseiros disputados pelos portuenses, que atuaram em inferioridade numérica desde os 74, devido ao duplo cartão amarelo de Javi García.
O Boavista permanece no 16.º posto, com 14 pontos, enquanto o Nacional conserva a nona posição, com 21, tendo vencido fora de portas ao fim de mais de quatro meses e prolongado a melhor série da época, fruto de quatro rondas seguidas sem derrotas.
Na ausência do influente Angel Gomes, cujo pedido de despenalização do quinto cartão amarelo e respetiva suspensão não surtiu efeitos em tempo útil, os portuenses entraram atrevidos e com dois cabeceamentos de Yusupha controlados por Riccardo Piscitelli.
A crescente pressão ‘axadrezada’ condicionava a construção insular e facilitava a recuperação em zonas altas, gerando novas ocasiões depois do quarto de hora inicial, expressas nos pontapés cruzados ao lado de Nuno Santos (19 minutos) e Yusupha (22).
O guarda-redes madeirense teve de se aplicar aos 25 minutos, ao afastar com os punhos um cruzamento de Ricardo Mangas a partir do flanco esquerdo na direção de Alberth Elis, com Azouni a evitar a recarga de Paulinho em plena área.
O ímpeto do Boavista arrefeceu depois da meia hora, permitindo que o Nacional se libertasse das amarras defensivas, segurasse mais tempo a bola e contornasse a falta de imaginação para incomodar a baliza de Léo Jardim com um misto de eficácia e sorte.
Aos 43 minutos, na sequência de um livre cobrado por Vincent Thill, na direita, Nuno Santos falhou a interceção ao primeiro poste e desviou a bola para a própria baliza, cometendo novo deslize fatal para as aspirações da formação de Jesualdo Ferreira.
O lance fortuito dava alento à postura encolhida dos pupilos de Luís Freire, que desbloquearam o marcador sem terem feito qualquer remate à baliza contrária e abordaram o reatamento com maior desenvoltura atacante e pragmatismo intacto.
Léo Jardim segurou o ‘tiro’ de Kenji Gorré (52 minutos) e assistiu ao disparo torto de Vincent Thill (54), para afastar de forma incompleta, perto da hora de jogo, uma iniciativa de João Vigário, tendo Ricardo Mangas desarmado a insistência de Francisco Ramos.
Sem igualar a cadência da primeira parte, o Boavista alargou as opções no último terço e fez abanar o poste direito da baliza do Nacional por Javi García (56 minutos), que veio hipotecar as esperanças ‘axadrezadas’, com dois cartões amarelos no mesmo lance (74).
A sanção disciplinar ao desentendimento reiterado com Kalindi parecia destinada a acrescentar serenidade ao conjunto de Luís Freire, mas Yusupha quase devolveu o empate, aos 76 minutos, após uma recolha de bola desastrada de Riccardo Piscitelli.
Era o último esforço coletivo de uma equipa de Jesualdo Ferreira voluntariosa e de alto espírito ofensivo, embora punida uma vez mais pela fraca eficácia ofensiva, que vai transformando uma época promissora em meses sofríveis na fuga à zona de descida.
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