Fernando Santos cumpre hoje na Sérvia o jogo 1.000 da sua carreira como treinador principal de futebol, num trajeto marcado pela conquista dos primeiros títulos da história da seleção portuguesa de futebol.
Em 10 de julho de 2016, no Estádio Saint-Denis, nos arredores de Paris, o técnico luso comandou a formação das ‘quinas’ na final do Euro2016, conquistada com um triunfo por 1-0 face à anfitriã França.
Um golo aos 109 minutos do ‘herói’ Éder, a terceira e última ‘cartada’ tirada do banco por Fernando Santos, num jogo em que perdeu bem cedo Cristiano Ronaldo, devido a lesão, valeu à seleção portuguesa de futebol o seu primeiro troféu.
O jogo 945 é, assim, o mais emblemático da carreira do técnico nascido em Lisboa em 10 de outubro de 1954 e também da história da formação das ‘quinas’, que, depois disso, já arrebatou um segundo ‘caneco’, a primeira edição da Liga das Nações.
Desta vez em solo luso, mais precisamente no Estádio do Dragão, no Porto, Fernando Santos comandou a seleção lusa à vitória na final da prova, face aos Países Baixos, batidos por 1-0, por um tento de Gonçalo Guedes.
Para Fernando Santos, esse foi o 984.º encontro da carreira como treinador principal.
Treinador principal desde que substituiu António Fidalgo ao comando do Estoril Praia, a meio da ‘longínqua’ temporada de 1987/88, o atual selecionador luso não precisou, no entanto, de chegar à formação das ‘quinas’ para conquistar títulos.
Quando começou a carreira na seleção portuguesa, pela qual se estreou em 11 de outubro de 2014, já contabilizava 919 jogos e o ‘cognome’, que jamais desaparecerá, de ‘engenheiro do penta’, depois de, em 1998/99, ter conduzido o FC Porto à inédita quinta vitória consecutiva na I Liga portuguesa de futebol.
Depois de dois campeonatos conquistados pelo inglês Bobby Robson e dois por António Oliveira, Fernando Santos foi o escolhido para completar o ‘penta’ e conseguiu-o, curiosamente sem ter um jogo, propriamente, em que selou tal feito.
Em 22 de maio de 1999, o Boavista empatou 2-2 no terreno do Farense e o FC Porto já entrou pentacampeão para o jogo 408 da carreira de Fernando Santos, ficando célebre a foto do ‘onze’ portista com todos os jogadores de mão bem aberta no ar no Estádio José Alvalade, onde empataria 1-1 com o Sporting.
Na passagem de três anos pelos ‘dragões’, o campeonato de 1998/99 não foi o primeiro troféu, nem o último, pois já havia arrebatado uma Supertaça Cândido de Oliveira e somou uma segunda, bem como duas edições da Taça de Portugal.
Depois da passagem pelo FC Porto, e antes de chegar à seleção portuguesa, ainda venceu uma Taça da Grécia, em 2001/02, ao comando do AEK de Atenas, depois de um triunfo por 2-1 sobre o Olympiacos, na final de 27 de abril de 2002.
Antes de chegar aos ‘dragões’, não conquistou qualquer título, mas ficou em segundo lugar na primeira edição da II Liga de Honra, em 1990/91, o que teve como consequência fazer subir o Estoril Praia à I Liga portuguesa de futebol.
Em 26 de maio de 1991, um sofrido empate a dois golos no reduto da União de Leiria, depois de estar a perder por 2-0, selou a promoção dos ‘canarinhos’, no 139.º jogo da carreira de Fernando Santos, então todos ao comando do conjunto da Linha.
Antes de chegar ao FC Porto, esteve quatro temporada no Estrela da Amadora e, depois dos ‘dragões’ e do AEK, orientou o Panathinaikos, o Sporting, voltou ao AEK, comandou o Benfica e ainda liderou ao PAOK Salónica e a seleção grega.
Pela principal seleção da Grécia, estreou-se em 11 de agosto de 2010, com um triunfo na Sérvia por 1-0, num particular, no seu 871.º jogo, e conduziu os helénicos a duas fases finais, do Europeu de 2012 e do Mundial de 2014.
O jogo 919 foi o da amarga despedida do comando do conjunto grego, com um desaire face à Costa Rica no desempate por penáltis (3-5), depois de 1-1 nos 120 minutos, nos oitavos de final do campeonato do mundo.