A Fundação Sporting anunciou hoje que, em conjunto com os militares portugueses na missão de treino da União Europeia na República Centro-Africana (RCA), entregou material escolar e desportivo numa escola na capital, Bangui.
De acordo com a presidente executiva da Fundação Sporting, Celine Cepa, foram enviados cerca de 250 ‘kits’ – compostos por camisolas e calções e também material escolar – para crianças na capital centro-africana.
A iniciativa, que permitiu distribuir estes materiais por alunos da escola Maternelle Saint-Paul, em Bangui, partiu do Exército, que entrou em contacto com a Fundação Sporting, contou à Lusa Celine Cepa.
“Aqui até foi o próprio Exército que nos contatou, porque já há uma relação anterior com estas forças de segurança e, portanto, eles contactaram-nos a informar que iriam fazer esta missão de treino na República Centro-Africana e a questionarem-nos se havia possibilidade de nós fazermos uma doação de material para crianças locais”, explicou a presidente executiva.
“Acabámos por aceder e fazer este donativo de materiais desportivos da marca Sporting para trazer um bocadinho de sorriso e um bocadinho de luz a estas crianças”, acrescentou.
Segundo a responsável, foram entregues materiais tanto “a nível mais lúdico, pedagógico”, como a nível de roupa desportiva, com particular foco nesta última vertente.
“Optou-se por enviar mais material desportivo, até porque o Exército também tinha aqui outros parceiros que participaram nesta missão”, apontou, reforçando que a doação foi “nos limites do que poderia ser enviado”.
“São doações de materiais que eles [os alunos] não dispõem e que os faz perceber que não estão sozinhos. Do lado de cá também estamos cá para os apoiar no que for preciso”, assinalou.
Celine Cepa considerou que a doação “trouxe muitos sorrisos” às crianças e que isso é “sempre uma mais-valia”, algo que tem “um valor muito elevado para o Sporting Clube de Portugal e para a Fundação Sporting”.
“Continuaremos sempre a apoiar este tipo de missões”, sublinhou.
Celine Cepa revelou que estão a ser preparadas iniciativas semelhantes, prevendo a doação de mais materiais para outros países em África, “com maior destaque para material desportivo”.
A RCA caiu no caos e na violência em 2013, após o derrube do então presidente, François Bozizé, por grupos armados juntos na Séléka, o que suscitou a oposição de outras milícias, agrupadas na anti-Balaka.
Desde então, o território centro-africano tem sido palco de confrontos comunitários entre estes grupos, que obrigaram quase um quarto dos 4,7 milhões de habitantes da RCA a abandonarem as suas casas.
Portugal tem atualmente na RCA 241 militares, dos quais 183 integram a missão das Nações Unidas, Minusca, e 58 participam na missão de treino da União Europeia (EUTM), liderada pelo brigadeiro-general Neves de Abreu, até setembro de 2021.