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Superliga: Euroliga de basquetebol é caso único no desporto europeu

A Euroliga de basquetebol é um caso único de uma competição 'fechada' no desporto europeu, à qual se pode juntar agora a anunciada Superliga de futebol.

Superliga: Euroliga de basquetebol é caso único no desporto europeu

Em 2000/01, os clubes de basquetebol, pouco satisfeitos com a forma de repartição das receitas, decidiram criar a Euroliga, então organizada pela ULEB (União das Ligas Europeias) e fora do âmbito da FIBA (federação internacional).

A FIBA ameaçou os jogadores das equipas participantes de não poderem representar as suas seleções em Europeus, Mundiais e Jogos Olímpicos e tentou contrariar este movimento com a oferta de novos contratos, que representavam apenas metade do valor (35 milhões de dólares anuais durante cinco anos) dos direitos televisivos negociados pela nova Euroliga.

Nessa temporada, houve duas ligas europeias, a da Euroliga, que registou o nome, e a da FIBA, a Suproliga, no entanto a duplicidade durou apenas um ano, já que a FIBA deu um passo atrás e na segunda edição da Euroliga já participaram todas as grandes equipas europeias.

Durante mais de uma década, a Euroliga e a FIBA tiveram uma existência pacífica, até que a federação internacional decidiu criar, em 2015, a Liga dos Campeões de basquetebol para voltar a ‘seduzir’ os grandes clubes.

A Euroliga contra-atacou, ao assinar um contrato por 10 anos com a IMG, que previa a distribuição de 36 milhões de dólares anuais entre as equipas com lugar fixo na competição.

A FIBA Europe, que gere o basquetebol europeu, chegou a ameaçar de sanções os clubes e as federações nacionais que apoiavam a Euroliga, mas acabaram por não ser aplicados quaisquer castigos.

Os lugares 'cativos' foram crescendo, sob o pretexto de garantir a “estabilidade”, e, hoje em dia, são 13 as equipas que têm assegurada a presença em cada edição da Euroliga (FC Barcelona, Real Madrid, Baskonia, Panathinaikos, Olympiacos, Fenerbahçe, Anadolu Efes, CSKA, Maccabi Tel Aviv, Zalgiris, Olimpia, Bayern Munique, Asvel Villeurbanne), às quais se junta o Alba Berlin, que recebeu um convite válido por duas épocas.

As restantes vagas são repartidas entre os finalistas da EuroCup da temporada anterior e outros dois ‘convidados’ escolhidos pela organização da Euroliga.

O modelo seguido pela mais importante competição do basquetebol europeu ‘imita’ o bem sucedido exemplo norte-americano, da milionária NBA.

Criada em 1949, após a fusão da National Basketball League e da Basketball Association of America, a liga norte-americana de basquetebol, mundialmente conhecida pelas suas siglas, é ‘propriedade’ das franquias, não havendo nem descidas nem promoções – uma equipa pode mudar de dono ou cidade, mas continuará a jogar na NBA.

E o basquetebol não é caso único, porque a existência de ‘ligas fechadas’ é uma realidade transversal a várias modalidades: por exemplo, também na Liga norte-americana de futebol (MLS) o lugar das equipas é cativo, um facto que merece críticas das outras que gostariam de ascender à elite daquele desporto.

Terá sido neste modelo competitivo, sobretudo no da Euroliga, que a polémica Superliga europeia de futebol se inspirou.

No domingo, 18 de abril, AC Milan, Arsenal, Atlético de Madrid, Chelsea, FC Barcelona, Inter Milão, Juventus, Liverpool, Manchester City, Manchester United, Real Madrid e Tottenham anunciaram a criação da Superliga europeia, à revelia de UEFA, federações nacionais e vários outros clubes.

A competição vai ser disputada por 20 clubes, 15 dos quais fundadores – apesar de só terem sido revelados 12 – e outros cinco, qualificados anualmente.

A UEFA anunciou que vai excluir todos os clubes que integrem a Superliga, assegurando contar com o apoio das federações de Inglaterra, Espanha e Itália, bem como das ligas de futebol destes três países.

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