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Meritocracia e valorização das pequenas e médias Ligas para defender o futebol

A meritocracia em detrimento do peso do dinheiro no sucesso desportivo e o fortalecimento das pequenas e médias ligas europeias são o caminho para a sustentabilidade do futebol, defenderam hoje os presidentes das Ligas de Portugal e Espanha.

Meritocracia e valorização das pequenas e médias Ligas para defender o futebol

“Queremos que seja o princípio do mérito e não a questão económica e financeira a sobrepor-se no desporto (…) Antes do jogo começar, qualquer equipa pode ganhar e se matarmos esse princípio, percebendo que os orçamentos e a folha salarial se vão sobrepor aos princípios desportivos, o futebol perderá o seu interesse e entraremos em insolvência. Queremos um futebol solidário e no qual todos tenham acesso”, defendeu Pedro Proença.

O dirigente português e o seu homólogo espanhol falaram durante o painel ‘presente e futuro do futebol mundial’ inserido no programa do ‘Thinking Football Summit’ que vai decorrer no Porto entre 18 e 20 de novembro, do próximo ano.

Proença recordou que a I Liga portuguesa é a sexta do ranking Europeu, mas que o último título europeu de um dos seus clubes foi alcançado há mais de 17 anos, pelo FC Porto, “com uma equipa fantástica, mas que agora terá muita dificuldade em o repetir se o princípio económico prevalecer sobre o desportivo, algo que é preciso combater”.

Javier Tebas entende que “é mais importante o equilíbrio do futebol nacional do que a competitividade de algumas das suas equipas nas provas europeias”, considerando que só a valorização das provas internas ajudará cada país: “Com isso resolvido, depois é pensar mais global”.

O dirigente espanhol acredita que o futebol não pode ficar refém das vontades dos grandes clubes da Europa, “que pretendem dominar e decidir o futuro de todo o futebol”, recordando a tentativa de criação da Superliga, com 12 dos maiores clubes do ‘velho continente’.

“Preocupa-me mais o conceito, pois isso de jogar uma liga fechada já não existe. É o projeto dos grandes clubes de dominar, de decidir o futuro de todo o futebol. Isso é o perigoso. Esses projetos vão contra as ligas nacionais, que são a essência da indústria”, alertou.

Tebas destacou ainda a questão “ética”, ao referir que mais de dois terços dos orçamentos vão para salários de jogadores, “que em vez de terem sete Ferraris, vão poder ter 10”.

“Urge um debate ético. O que fazemos com a indústria? Algo estamos a fazer mal, se o dinheiro da indústria vai para 150 jogadores quando temos centenas de milhares a jogar em dezenas de milhares de clubes”, exemplificou, fazendo notar que em países como a Sérvia, Roménia ou Macedónia “os jogadores nem direitos laborais têm”.

Pedro Proença elegeu a centralização da venda dos direitos audiovisuais como a medida “fundamental” para promover uma maior competitividade em Portugal, lamentando que a mesma tenha chegado “com 10 anos de atraso”: deseja poder vir a aplicar a mesma antes do limite estipulado pela lei, na época 2028/29.

“É a chave do sucesso. É a grande medida em Portugal dos últimos 20 anos. Não é só a repartição económica e financeira, mas a forma como trabalhamos o produto, até os direitos internacionais e a forma como os colocamos à disposição. Queremos antecipar – e muito – essa data. Se não tivermos uma capacidade de reação imediata às mudanças do mercado, a nossa Liga pode passar de sexta da Europa para sétima ou 10.ª do ranking”, avisou o presidente da Liga.

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