Alemanha: Bayern conquista 10.º título seguido com a vitória mais saborosa

Decacampeão é palavra rara, mas o colosso da Baviera promete habituar-nos a expressões mais extravagantes. Se a história do Bayern se resumisse à última década, seria, ainda assim, recordista de títulos na Alemanha, à frente do Nuremberga, que tem nove troféus.

A equipa treinada por Julian Nagelsmann cumpriu o que já é considerado uma obrigação, ao sagrar-se campeã a três jornadas do fim da Bundesliga de 2021/22, da qual o avançado polaco Robert Lewandowski, designado pela FIFA melhor jogador mundial nos últimos dois anos, voltou a ser a figura mais proeminente.

O internacional polaco contribuiu com 33 golos – em 31 jogos - e aguarda pela formalidade das três últimas rondas para se se sagrar pela sétima vez melhor marcador da prova, uma vez que o segundo melhor ‘artilheiro’, o checo Patrik Schick (Bayer Leverkusen), totaliza 20.

Lewandowski também dificilmente deixará escapar a segunda Bota de Ouro seguida, destinada ao melhor marcador dos campeonatos europeus, pois o francês Karim Benzema (Real Madrid) está a oito golos de distância, mas para o avançado, tal como para o clube de Munique, poucas conquistas fazem esquecer novo falhanço na Liga dos Campeões.

A da Bundesliga é uma delas. O Bayern até teve uma entrada em falso, ao empatar 1-1 no estádio do Borussia Mönchengladbach, a única equipa que não conseguiu vencer esta temporada, pois perdeu na segunda volta, por 2-1, uma das duas derrotas sofridas em casa (a outra foi imposta pelo Eintracht Frankfurt).

No comando da mais avançada peça da engenharia do futebol alemão aos 34 anos, depois do trabalho meritório realizado no Leipzig nas duas épocas anteriores (em 2020/21 importunou até onde conseguiu o Bayern e foi vice-campeão), Nagelsmann rapidamente recuperou o ‘rolo compressor’ do antecessor, Hans-Dieter Flick, que assumiu o cargo de selecionador nacional.

Os bávaros lideram a prova desde a quinta jornada, isoladamente ou em igualdade com outra equipa, quando, no longínquo dia de 18 de setembro de 2021, alcançaram a maior goleada, 7-0 na receção ao Bochum, que mais tarde, a par do Augsburgo, imporiam as únicas derrotas ao campeão na qualidade de visitante.

Em 31 jogos disputados até hoje, o Bayern Munique venceu 24, empatou três e perdeu quatro, com uma diferença entre golos marcados e sofridos assombrosa (92-30), para a qual contribuiu, num extremo, o guarda-redes Manuel Neuer (11 jogos sem sofrer golos), e, no outro, o goleador Lewandowski.

O avançado polaco foi o principal destinatário dos passes precisos de Thomas Müller, autor do maior número de assistências até ao momento, com 16, mais seis do que o estratega Joshua Kimmich, com Serge Gnabry, segundo melhor marcador da equipa na liga, com 13 golos, também em destaque.

A marcha triunfal no campeonato foi extensível à primeira fase da Liga dos Campeões, com o Benfica a ser uma das ‘vítimas’, ao perder por 4-0 e 5-2, apesar de a aventura europeia ter terminado com surpresa e estrondo nos quartos de final, às mãos do Villarreal.

Quanto ao Dortmund, resta esperar mais um ano por sinais de fraqueza que não parecem emanar da Baviera para conquistar o nono título alemão e escapar ao destino de testemunha privilegiada do sucesso do rival: na última década, terminou seis vezes no segundo lugar, o mesmo em que deverá encerrar a atual temporada.