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Dudelange de Carlos Fangueiro terá «valorização enorme» na ‘Champions’

O campeão luxemburguês Dudelange vai experimentar uma «valorização enorme» pelo regresso às pré-eliminatórias da Liga dos Campeões de futebol três épocas depois, nota o treinador português Carlos Fangueiro.

Dudelange de Carlos Fangueiro terá «valorização enorme» na ‘Champions’

“É de uma importância gigantesca. Já o facto de sermos campeões nacionais permite ao clube encaixar uma verba monetária enorme. Para mim, era um sonho pessoal jogar a ‘Champions’. Vou poder realizá-lo, ainda que, logicamente, nas fases de acesso à ronda principal da competição”, enalteceu à agência Lusa o ex-avançado, de 45 anos, que se tornou no domingo o primeiro técnico português a sagrar-se campeão no Grão-Ducado.

Fundado em abril de 1991, o Dudelange deve entrar como cabeça-de-série na primeira pré-eliminatória da edição 2022/23 da principal prova europeia de clubes, na qual tem a chegada à terceira fase preliminar, em 2012/13, como a melhor das suas 16 presenças.

“A possibilidade de ter um adversário teoricamente mais fraco nessa ronda é enorme. Se passarmos, faremos oito jogos nas provas europeias no pior cenário, ao transitar da Liga dos Campeões para a Liga Europa e, depois, para a Liga Conferência Europa. É algo fantástico para um clube do Luxemburgo em desenvolvimento como o nosso”, admitiu.

Vinculado desde 2020/21, Carlos Fangueiro já comandou o novo campeão luxemburguês esta época na primeira edição da Liga Conferência Europa, sendo afastado na segunda pré-eliminatória aos pés dos irlandeses do Bohemian (derrotas 1-0 em casa e 3-0 fora).

Essa campanha sucedeu a duas entradas consecutivas do Dudelange na fase de grupos da Liga Europa, em 2018/19 e 2019/20, após superar três rondas preliminares, que ainda são as prestações continentais mais duradouras de sempre de clubes do Grão-Ducado.

A nível de seleções, o Luxemburgo ainda busca a estreia em fases finais de Europeus e Mundiais, mas até conta seis presenças em Jogos Olímpicos (1920, 1924, 1928, 1936, 1948 e 1952) e duas participações no campeonato da Europa de sub-17 (2006 e 2022).

“O sucesso que se vê é notório no desenvolvimento da seleção AA do Luxemburgo, que tem feito um grande trabalho, porque existe qualidade. Em termos comparativos, para se perceber o nível que se está a praticar neste momento no melhor campeonato do país, o meu clube jogaria facilmente numa II Liga em Portugal”, equiparou Carlos Fangueiro.

Emigrado há quase 10 anos no Grão-Ducado, o treinador do Dudelange vê uma “grande exigência a nível de formação” incitada pela Federação de Futebol de Luxemburgo (FLF) aos clubes, que “trazem profissionais de Alemanha, França, Bélgica, Portugal ou Itália”.

“No fundo, a seleção nacional é uma escola de futebol. Observa os melhores miúdos dos clubes e retira-os dali para trabalharem internamente toda a semana na FLF, onde até podem defrontar outras equipas, sobretudo belgas e alemãs. É um processo evolutivo e de grande exigência e uma linha que a FLF escolheu e está a dar os seus frutos. Isso faz com que haja uma evolução muito rápida e toda a gente esteja feliz com isso”, analisou.

Se no estrangeiro competem Sébastien Thill (Sheriff), Leandro Barreiro (Mainz) e Gerson Rodrigues (Eyüpspor), figuras da seleção orientada por Luc Holtz, 94.ª do ‘ranking’ da FIFA, o Luxemburgo viu refletida a crescente imigração portuguesa ao nível do futebol.

“Existe uma enorme comunidade portuguesa aqui. Todos os clubes têm jogadores lusos, grande parte deles com formação feita no Luxemburgo. Existem alguns que vieram de Portugal, logicamente, mas a grande maioria são jogadores que nasceram cá, fizeram a formação cá e têm qualidade”, descreveu Carlos Fangueiro, com experiências ao serviço de Atert Bissen (2012-2016) e Titus Pétange (2016-2020), antes de treinar o Dudelange.

A imigração portuguesa para o Luxemburgo iniciou-se em meados de 1960 e atualmente constitui a maior comunidade de estrangeiros daquele país, com cerca de 93.500 luso-luxemburgueses, em representação de quase 16% dos quase 315.00 habitantes totais.

“Existem clubes que têm grande potencial financeiro. Estou convencido de que alguns conseguem pagar salários mais altos do que vários clubes da I Liga portuguesa. Depois, antigamente notava-se que os atletas de fora não conheciam o Luxemburgo e achavam que tinha um futebol amador. Tenho notado diferenças muito grandes. Agora, quando os contratamos, já mostram algum interesse em vir, sobretudo quando há a possibilidade de jogarem as competições europeias”, concluiu o ex-avançado, que orienta em Dudelange os portugueses Jocelino Silva, Jocelino dos Santos, Mohcine Hassan e Francisco Ninte.

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