Crónica: Sporting ‘sacode’ crise com dois golos na primeira parte frente ao Estoril

O neerlandês St. Juste (13 minutos) fez o primeiro da equipa de Ruben Amorim, num lance de bola parada, e Marcus Edwards (21) deu ainda mais conforto à equipa, deitando por terra as possibilidades da equipa de Cascais de explorar algum tipo de nervosismo dos visitantes.

É que os ‘verdes e brancos’ chegaram à Amoreira após duas derrotas consecutivas, na visita ao FC Porto (3-0) e na receção ao Desportivo de Chaves (2-0), e entraram em campo já após o Benfica vencer o Vizela (2-1) e aumentar para 11 pontos, à condição, a vantagem na liderança do campeonato.

O treinador do Sporting tinha assumido dois objetivos principais para a curta deslocação da quinta jornada: voltar às vitórias, porque essa, disse, era a única forma de ultrapassar a crise, e não sofrer golos, após ter ‘encaixado’ oitos nas primeiras quatro rondas da Liga.

Cumpriu as duas, mas não terá levado sinais totalmente tranquilizadores, uma vez que a sua equipa, tal como na derrota frente ao Desportivo de Chaves, podia ter saído para o intervalo a golear mas perdeu consistência e acutilância ofensiva na segunda parte.

O técnico dos ‘leões’ promoveu a estreia a titular de St. Juste no lado direito da linha de três defesas e o neerlandês correspondeu com o primeiro golo dos ‘leões’, aparecendo sozinho no coração da área a desviar, de cabeça, um canto batido no lado esquerdo por Trincão, aos 13 minutos.

Antes, o Sporting já tinha deixado um aviso, também num pontapé de canto, no lado oposto, quando Matehus Reis (11) apareceu ao primeiro poste a ‘pentear’ a bola para a trave e Nuno Santos chegou atrasado para a recarga, ficando a reclamar uma eventual grande penalidade de Rodrigo Martins.

A entrada sólida e, sobretudo, a vantagem no marcador ajudavam o Sporting a estabilizar o seu jogo, mas Adán ainda deu alguns sinais de intranquilidade: primeiro, desentendeu-se com St. Juste, que fez um corte defeituoso, mas Rodrigo Martins (18), à meia-volta, errou a baliza 'deserta'. Depois, hesitou numa saída dos postes, só que João Carlos (25), isolado, falhou o ‘chapéu’.

Entre as duas oportunidades dos ‘canarinhos’, Edwards (21) tranquilizou ainda mais o ‘leão’, após receber um passe cruzado de Pedro Gonçalves, que Pedro Álvaro não conseguiu intercetar, para contornar com tranquilidade Dani Figueira e atirar para o fundo das redes.

A vantagem da equipa orientada por Ruben Amorim ao intervalo só não era maior porque Ndiaye (42) teve um corte providencial, a travar a marcha da bola rumo à baliza, numa recarga de Nuno Santos, após Dani Figueira desviar com uma ‘sapatada’ um cruzamento remate de Pedro Porro.

Os ‘leões’ tinham tudo para ‘sacudir’ a crise de forma ainda mais convincente, mas voltaram a quebrar na entrada para a segunda parte e permitiram algum ascendente ao Estoril Praia nos primeiros 15 minutos, que não conseguiu, no entanto, enquadrar qualquer remate na baliza de Adán.

À passagem da hora de jogo, o ‘leão’ conseguiu, finalmente, manietar o adversário, mas continuou inconsequente no ataque e teve a sua única oportunidade num livre direto de Pedro Porro (70) que passou a poucos centímetros do poste de Dani Figueira.

Não foi, portanto, uma exibição perfeita da equipa de Ruben Amorim, que lhe permitisse afastar definitivamente todos os 'fantasmas', mas os três pontos constituem um importante balão de ‘oxigénio’ para 'respirar' melhor na antecâmara da estreia na Liga dos Campeões, na quarta-feira, no terreno do Eintracht Frankfurt.

O resultado permitiu ainda aos ‘verdes e brancos’ subirem provisoriamente ao sexto lugar, agora com sete pontos, os mesmos que o Estoril Praia, mas ainda a oito do líder do campeonato, o Benfica.