Mundial-2022: Madeirenses acreditam em vitória com golos de Ronaldo diante do Uruguai

No coração da capital madeirense, mais concretamente no Jardim Municipal do Funchal, foi criada, num anfiteatro, a ‘Fan Zone’ que concentra largas centenas de adeptos lusos, e não só, que acompanham pelo gigante ecrã os jogos do Mundial2022.

Duas horas antes do embate entre Portugal e Uruguai, o ambiente já era de festa e, pelo menos 200 pessoas, já acompanhavam, vestidas de verde e vermelho, a seleção do Brasil diante da Suíça e iam fazendo a antevisão do jogo da seleção nacional.

A opinião era a mesma quando o assunto se centrava na dificuldade do jogo, com Diego Vasconcelos a admitir que o encontro “vai ser complicado, [os jogadores] não se podem deixar enganar pelo empate deles [Uruguai] frente à Coreia do Sul”.

Já o estudante Pedro Oliveira garantiu à Lusa que chegou o momento da vingança, lembrando a eliminação de Portugal ‘às mãos’ do Uruguai nos oitavos de final do Mundial na Rússia, em 2018.

“É hora da vingança. As minhas expectativas é que vai ficar no mínimo 2-1, com golos de Rafael Leão e Cristiano Ronaldo”, frisou o jovem adepto.

Quando questionado sobre o último Campeonato do Mundo do conterrâneo que enverga a braçadeira de ‘capitão’, Pedro Oliveira admitiu sentir um “sabor agridoce”.

“Cresci a ver Cristiano Ronaldo a jogar e admito que sinto um sabor agridoce por saber que este será o seu último Mundial”, referiu, enfatizando que, apesar dos seus 37 anos, o futebolista que, na vitória ante o Gana (3-2), se tornou no primeiro homem a marcar em cinco mundiais ainda “vai mostrar de que fibra é feito” nesta competição.

Para Ricardo Nunes, “tudo tem fim”, embora reconheça que gostaria que o atleta natural de Santo António continuasse sempre na seleção, porque “apesar dos bons jogadores que tem, nenhum é como ele”. “O Cristiano Ronaldo é único, uma lenda”, completou.

Quanto aos golos neste encontro, gostaria de festejar um do vencedor de cinco Bolas de Ouro, mas acredita que vai estar muito marcado, porque “o Uruguai tem uma boa equipa e certamente que não o vai deixar ‘solto’”.

“Como é o seu último Mundial, e tendo em conta tudo o que se está a passar, como a rescisão com o Manchester United, acredito que vai ser o melhor Campeonato do Mundo que ele vai fazer, porque vai mostrar a muita gente que ainda não está acabado”, terminou o cozinheiro de profissão.

Envergando um cachecol de Portugal, Joana Veríssimo, de 29 anos, contou à Lusa, que espera uma vitória por 2-0, com golos apontados pelo “nosso” Ronaldo, adiantando que o orgulho pelo trajeto do camisola ‘7’ “deve ser sentido não só pelos madeirenses, mas por todos os portugueses em geral”.

Desde que foi escolhido para organizar o Mundial2022 de futebol, que se iniciou no domingo e decorrerá até 18 de dezembro, o Qatar tem sido alvo de várias críticas, nomeadamente no que diz respeito às suas posições em matéria de direitos humanos, das questões LGBTQ+ e de abuso sobre os trabalhadores migrantes.

O Qatar, o primeiro país do Médio Oriente a organizar um Campeonato do Mundo de futebol, garantiu que todos os adeptos são bem-vindos, sem discriminação, porém a lei do país criminaliza a homossexualidade.

“Não deveria acontecer no Qatar. Todos deveríamos ter os mesmos direitos, independentemente das nossas escolhas. Principalmente como mulher, acho que nos afeta mais, porque sabemos que para elas é muito complicado. Os direitos humanos são para ser respeitados, coisa que o Qatar nunca o fez”, frisou Joana Veríssimo.

Já o jovem Pedro Oliveira lembrou o número de mortes na construção dos recintos desportivos.

“É um absurdo. Acho que não deveria ser feito no Qatar, devido aos ‘atentados’ aos direitos humanos. Morreram cerca de 6.500 pessoas na construção de estádios, não podemos ignorar isso”, garantiu o estudante.