Crónica: Estoril Praia vence Marítimo com dois golos nos instantes finais da partida

O esforço final dos ‘canarinhos’ foi recompensado, perante um adversário que minutos antes havia ficado reduzido a nove jogadores em função das expulsões de Fábio China, aos 71 minutos, e René Santos, aos 73, que foram aproveitadas quase de imediato pela equipa local com os golos de Joãozinho, aos 80 minutos, e Dele Yusuf, aos 85.

Em função do triunfo alcançado, o Estoril Praia ascendeu de forma provisória ao 14.º lugar com 35 pontos, aguardando pelo resultado do Portimonense, que ainda o poderá igualar ou ultrapassar, para confirmar a sua classificação final.

Por seu turno, o Marítimo mantém os 26 pontos, sendo que já tinha o seu ‘destino’ traçado – o play-off de manutenção, a disputar a partir da próxima semana, com o Estrela da Amadora.

O encontro foi animado, ao contrário do que poderia indiciar a escassez de ambições desportivas para ambos os conjuntos – o Estoril Praia já havia garantido a manutenção duas jornadas antes.

Os dois conjuntos alinharam de uma forma descomprometida no período inicial, procurando a predominância no terreno de jogo, e com isso saiu beneficiado o espetáculo, com a equipa da casa a conseguir ganhar alguma ascendente a partir dos primeiros dez minutos.

A equipa da casa mostrava maior inspiração e capacidade de ligação entre os seus setores e chegou ao primeiro golo à passagem do primeiro quarto de hora, através de uma boa iniciativa individual de Tiago Santos, que irrompeu pela direita e cruzou para a pequena área, onde surgiu Alejandro Marqués a desviar certeiro.

A vantagem mínima impulsionava o Estoril Praia que pouco após o golo, aos 18 minutos, esteve perto de avolumar a diferença num remate, seguido de insistência, de Tiago Gouveia pouco ao lado da baliza maritimista.

Só a partir dos primeiros minutos a reação do conjunto insular produziu algum efeito, com a igualdade a ter estado, pela primeira vez, realmente próxima aos 27 minutos a partir de um cabeceamento ‘à queima-roupa’ de Chuchu Ramírez, que obrigou o guardião Dani Figueira a defesa apertada.

O golo de Alejandro Marqués ditava a diferença ao intervalo, mas o segundo tempo voltou a ditar motivos de interesse, com as duas equipas a criarem aproximações às áreas adversárias até que o marcador voltou a ser acionado, trazendo a igualdade para os visitantes.

O Marítimo chegou ao empate por via de uma grande penalidade, que puniu mão de João Gamboa na área estorilista, permitindo assim a Cláudio Winck converter o pontapé correspondente e igualar a contenda.

O jogo estava relançado, mas pouco depois o Marítimo foi penalizado por duas expulsões praticamente ‘de uma assentada’: primeiro, aos 71 minutos, Fábio China foi admoestado com o segundo amarelo e, menos de dois minutos passados, aos 73, René Santos entrou de forma excessiva sobre João Carlos e recebeu ordem de expulsão.

O conjunto insular passou, num ápice, para uma desvantagem numérica de dois jogadores e o Estoril Praia tirou o melhor proveito a partir daí, lançando Francisco Geraldes e Dele Yusuf em jogo para poucos minutos depois os ‘canarinhos’ recuperarem a vantagem no resultado.

O conjunto da Linha de Cascais chegou ao 2-1 pelo seu capitão, Joãozinho, que surgiu na área adversária para um remate colocado que não permitiu hipóteses de defesa para Makaridze após novo cruzamento tirado por Tiago Santos pela direita.

O desequilíbrio estava encontrado e, nesse sentido, o Estoril Praia ainda chegaria a um terceiro golo após uma jogada novamente desenvolvida pelo corredor direito, a partir de onde Tiago Gouveia tirou um cruzamento rasteiro para finalização eficaz de Dele Yusuf.

O lance ainda foi invalidado numa primeira instância, mas o VAR confirmou a legalidade de toda a jogada e o 3-1, seguindo-se, pouco depois, o apito final.

Instantes após Ricardo Baixinho ter dado a partida por terminada, o técnico do Marítimo, José Gomes, protestou de forma veemente junto do juiz da partida, acabando expulso tal como os seus dois jogadores ainda no decorrer da partida.