I Liga: Boavista reforça solidez em época de rara estabilidade técnica

O ex-médio internacional português ‘rompeu’ com seis anos de alterações no comando técnico e vai solidificando as bases do novo projeto do clube do seu coração, no qual se lançou como jogador, sagrando-se campeão nacional, em 2000/01, e, depois, treinador.

A 60.ª participação na I Liga, e terceira desde que o empresário Gérard Lopez assumiu o controlo maioritário da SAD, gerou 11 vitórias, oito empates e 14 derrotas e culminou no nono posto, com 44 pontos, à frente de 2020/21 (13.º, com 36) e 2021/22 (12.º, com 38).

Ao contrário do passado recente, os ‘axadrezados’ jamais pisaram a zona de descida em 2022/23 e foram impulsionados pelo segundo melhor arranque do século XXI, com cinco êxitos tangenciais até à sétima jornada, quando triunfaram na receção ao Sporting (2-1).

A primeira interrupção da prova para as seleções nacionais retirou ímpeto ao conjunto de Petit, que intercalou o afastamento na terceira eliminatória da Taça de Portugal com uma ‘queda’ súbita de sete posições no campeonato, fruto de quatro derrotas e dois empates.

As goleadas sofridas no terreno do Famalicão (0-4, na oitava jornada) e no dérbi caseiro com o ‘vizinho’ FC Porto (1-4, na 13.ª) agudizaram a pior fase da temporada do Boavista, que encarou a inédita pausa da prova para o Mundial2022 no 11.º posto, com 17 pontos.

A reconversão tática do ‘3-4-3’ para ‘4-3-3’ ensaiada por Petit durante o percurso até aos quartos de final da Taça da Liga teve continuidade no reinício da I Liga e reequilibrou as ‘panteras’, cujo ‘jejum’ findou após três meses e meio (1-0 ao Gil Vicente, na 15.ª ronda).

O Boavista descartou ajustar o plantel no mercado de inverno e só voltou a ‘tremer’ com três derrotas seguidas a caminho da Páscoa, antes de alcançar outros tantos triunfos no Bessa sobre Vitória de Guimarães (2-1, na 27.ª jornada), Rio Ave (3-2, na 29.ª) e Estoril Praia (1-0, na 31.ª) e certificar a permanência à 30.ª, apesar do deslize no Dragão (0-1).

Se Yusupha fez 13 dos 43 golos do quinto ataque mais eficaz da prova, Pedro Malheiro, Bruno Onyemaechi, Ricardo Mangas ou Gaius Makouta valorizaram-se, numa temporada em que o ‘veterano’ guarda-redes e capitão Rafael Bracali deixou o futebol aos 42 anos.