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I Liga: Ex-adjunto de Roger Schmidt minora quebra final do Benfica

A temporária descida de rendimento do Benfica antes da conquista da I Liga “foi perfeitamente normal”, considera Rui Mota, ex-adjunto do treinador dos ‘encarnados’, o alemão Roger Schmidt, nos chineses do Beijing Guoan.

I Liga: Ex-adjunto de Roger Schmidt minora quebra final do Benfica

“Ao longo da época, e falando dos adversários diretos na luta pelo título, verificámos que FC Porto e Sporting tiveram duas, três ou quatro fases em que as respetivas equipas não corresponderam. O Benfica fez quase dois terços da prova sem quebras e exibiu sempre um alto rendimento e resultados positivos”, analisou à agência Lusa o técnico português, que venceu a Taça da China em 2018, único ano em que trabalhou com Roger Schmidt.

As ‘águias’ asseguraram o 38.º cetro de campeão nacional com 87 pontos, dois acima do ‘vice’ e então detentor do troféu FC Porto, mas até tinham entrado para as oito jornadas finais com 10 pontos de avanço - que passaram provisoriamente a 13 em pleno clássico da 27.ª ronda, vencido com reviravolta na Luz pela formação de Sérgio Conceição (1-2).

“Houve ali uma fase menos positiva, que se espalhou por alguns duelos, mas encarei isto de uma forma muito normal, até porque faz parte. As épocas são muito longas e é muito difícil para um treinador conseguir que a sua equipa seja 100% vitoriosa e tenha do início ao fim um rendimento elevadíssimo”, advertiu o ex-adjunto da seleção feminina chinesa.

A derrota na visita ao Desportivo de Chaves (0-1) baixou a diferença para apenas quatro pontos na ronda seguinte, mas a equipa de Roger Schmidt viria a reerguer-se com uma sequência de vitórias sobre Estoril Praia (1-0), Gil Vicente (2-0), Sporting de Braga (1-0), que havia chegado à Luz no terceiro lugar, a seis pontos do topo, e Portimonense (5-1).

“Uma coisa é uma equipa ter de segurar o primeiro lugar e saber que não poderá facilitar, outra é ir atrás e tentar encurtar as distâncias. Há uma pressão diferente, que, às vezes, funciona até como motivação para procurar chegar mais à frente. Isso pode, de alguma forma, explicar algumas dificuldades sentidas pelo Benfica em determinados momentos”, sinalizou Rui Mota, elogiando a “postura muito inteligente, estável e coerente” do alemão na forma como as ‘águias’ “recuperaram os níveis exibicionais e os resultados positivos”.

O Benfica poderia ter feito a festa no dérbi face ao Sporting, mas ‘salvou’ um empate em Alvalade (2-2), onde até chegou ao intervalo com uma desvantagem de dois golos, sem ter comprometido a superioridade de dois pontos para o FC Porto na 34.ª e última ronda, quando se impôs na receção ao lanterna-vermelha e já despromovido Santa Clara (3-0).

“Quando estamos a ganhar, a fadiga parece que não existe, porque estamos a trabalhar sobre vitórias, a moral está sempre em alta e as pernas estão sempre cheias de energia. Pelo contrário, quando os resultados não são positivos, esse peso fica muito mais forte e até parece que estamos com uma mochila às costas, uma vez que a componente mental não está motivada ou feliz o suficiente para atingir a superação que é necessária”, frisou.

Nove anos depois de ter vencido uma ‘dobradinha’ pelos austríacos do Salzburgo, Roger Schmidt foi o 15.º treinador estrangeiro a vencer a I Liga portuguesa à frente das ‘águias’, volvidos 18 anos sobre o êxito arrebatado pelo italiano Giovanni Trapattoni, em 2004/05.

Quanto às 89 edições do escalão principal, o técnico natural de Kierspe entrou no elenco de 29 não portugueses que já venceram uma edição, 17 anos depois de o neerlandês Co Adriaanse também ter sido campeão na sua época de estreia no FC Porto, em 2005/06.

“Alguns dos jogadores nucleares no ‘onze’ do Benfica estavam para ser dispensados no final de 2021/22, enquanto outros tiveram a sua primeira época completa e é normal, até pela sua tenra idade e pouca experiência, que ainda não sejam capazes de ter em todo o ano um rendimento muito elevado, tal como todos desejavam dentro do clube”, lembrou.

Rui Mota, de 42 anos, elogia a aposta na “fórmula que tinha dado inicialmente resultado” durante a quebra do Benfica, assinalada também pela ‘queda’ nos ‘quartos’ da Liga dos Campeões ante o finalista Inter Milão (derrota por 0-2 em Lisboa e empate 3-3 em Itália).

“Poucas mexidas entre os habituais titulares? Quando a equipa estava constantemente a ganhar, isso nem era assunto. Se o resultado passa a ser menos bom e a exibição não é tão conseguida, tenta fazer-se de tudo um assunto. Tentar pegar num ‘onze’ e moldá-lo o mais rápido possível às suas ideias foi uma decisão muito inteligente do Roger Schmidt, porque sabia que precisava de se adaptar e o sucesso tinha de ser imediato”, ressalvou.

O 27.º treinador estrangeiro da história do Benfica desvinculou-se dos neerlandeses do PSV Eindhoven no ano passado para assinar até 2024 com o clube da Luz, vínculo que seria renovado por mais duas épocas uma semana antes da derrota frente ao FC Porto.

“É algo que eu gostava que fosse natural no futebol. A direção do Benfica identificou um perfil de treinador e constatou que tinha acertado no profissional escolhido. Acredito que negociaram facilmente essa renovação ainda antes de estarem atingidos os objetivos da época, dado aquilo que se via [no relvado] e ia ao encontro das expectativas criadas. A direção do clube mostrou muita coerência nas suas ideias e profissionalismo”, concluiu.

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