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I Liga: Drulović classifica arranque do FC Porto como fatal

Os 12 pontos esbanjados pelo FC Porto na primeira volta da I Liga 2022/23, contra apenas cinco na segunda, distanciaram o clube do nono ‘bi’ e permitiram ao Benfica recuperar o cetro, admite o ex-futebolista sérvio Ljubinko Drulović.

I Liga: Drulović classifica arranque do FC Porto como fatal

“Foi complicado ter andado com 10 pontos de desvantagem. O FC Porto pagou a fatura dos muitos pontos perdidos contra as chamadas equipas mais pequenas, que não eram fáceis de recuperar. Mesmo assim, conseguiu fazer uma grande recuperação nesta reta final, sobretudo após aquela vitória na Luz, pressionou o Benfica e acreditou até ao fim num milagre”, analisou à agência Lusa o ex-avançado dos ‘dragões’, entre 1993 e 2001.

Os ‘dragões’ falharam pela terceira vez uma inédita revalidação do título na sexta época sob orientação de Sérgio Conceição, ao repetirem os segundos lugares alcançados em 2018/19 e 2020/21, que foram intercalados pelos êxitos em 2017/18, 2019/20 e 2021/22.

O Benfica garantiu o 38.º título com 87 pontos, dois acima do FC Porto, mas entrara para as oito jornadas finais com 10 pontos de avanço - que subiram provisoriamente a 13 num clássico da 27.ª ronda vencido com reviravolta na Luz pelo então detentor do cetro (1-2).

“O Benfica teve uma quebra e fez dois ou três jogos menos conseguidos, mas ganhou ao Gil Vicente [vitória fora por 2-0, na 30.ª] e recuperou animicamente para esta reta final. O FC Porto já tinha perdido três pontos com o mesmo adversário [derrota em casa por 1-2, na 22.ª] e dificultou as coisas, pois ainda havia um confronto direto em Lisboa, onde, por norma, joga bem, e o Benfica tinha um calendário mais complicado até ao final”, indicou.

O FC Porto apurou-se pela 27.ª vez, e quarta seguida, para a fase de grupos da Liga dos Campeões, num total de 50 campanhas ininterruptas nas provas da UEFA, e arrebatou a 23.ª Supertaça Cândido de Oliveira e, de forma inédita, a Taça da Liga, podendo também revalidar a Taça de Portugal na final frente ao Sporting de Braga, no domingo, no Jamor.

“Não é fácil ganhar sempre e em todas competições em Portugal, porque os adversários têm qualidade e são muito competitivos. Será uma época positiva se ganhar três troféus, apesar de o campeonato ser o principal objetivo no início”, avaliou Drulović, de 54 anos, que chegou a trocar os ‘azuis e brancos’ pelo Benfica, no qual jogou entre 2001 e 2003.

Recordando as saídas dos influentes Vitinha, Fábio Vieira ou Mbemba, o antigo extremo sente que Sérgio Conceição “aproveitou de melhor maneira” a qualidade ao dispor, mas “gostava de ter mais um ou outro nome de grande nível” para “subir de competitividade”.

“Foi uma equipa mais prática, que, de certeza, se ressentiu um pouco da saída de alguns jogadores mais criativos, que eram importantes na construção de jogo e na qualidade do último passe e tecnicamente muito evoluídos, faziam a diferença na frente e construíam jogadas bonitas. Agora, é uma realidade que as equipas portuguesas vivem de negócios que, nos últimos anos, lhes têm feito encaixar muito dinheiro nos seus cofres”, assumiu.

Drulović reconhece que o guarda-redes Diogo Costa “tem tudo” para ser o próximo a dar “muito dinheiro” ao FC Porto, ao ter subido de cotação com um recorde de 16 jogos sem golos sofridos numa edição da I Liga e diversas exibições acima da média ao longo da caminhada na Liga dos Campeões, finalizada nos ‘oitavos’ frente ao finalista Inter Milão.

“Para mim, ele é o novo Vítor Baía, que já foi um dos melhores [guarda-redes] na história do futebol português, senão o melhor. O Diogo Costa é habitualmente titular na seleção portuguesa e apresenta muita qualidade. É um jovem com excelente potencial e um ativo muito grande do FC Porto. Vai ser vendido mais cedo ou mais tarde, porque tem muito mercado e é um dos mais promissores [nas balizas]”, notou o ex-internacional jugoslavo.

À frente de Diogo Costa foi competindo outro internacional português, o defesa central e capitão Pepe, de 40 anos, que já renovou contrato por mais uma temporada e é o “braço direito do treinador em campo” para o atual treinador-adjunto da seleção ‘AA’ da Sérvia.

“Talvez vá bater o recorde de jogador mais velho de todos os tempos da I Liga. Veremos, mas jogar daquela forma com esta idade não é para todos. Há muito poucos jogadores que conseguem fazer aquilo que o Pepe faz. É mesmo impressionante que ainda jogue com tanta qualidade e esteja bem fisicamente e motivado. Isso é só de louvar”, elogiou.

Vencedor de cinco campeonatos, quatro Taças de Portugal e cinco Supertaças pelo FC Porto, Drulović partilhou balneário com Sérgio Conceição, que bateu “com todo o mérito” recordes de títulos (nove), jogos (326) e vitórias (238) no comando do clube do coração.

“Fez um excelente trabalho. Não sei se vai continuar ou se terá uma proposta para sair e experimentar outro campeonato, mas já entrou na história do clube com tantos recordes. Vai ser difícil superar esta longevidade. Não me lembro de ninguém ficar tanto tempo ali como ele ficou. Sempre foi impulsivo e quer vencer. Não é fácil aguentar a pressão toda de ter de ser primeiro. Compreendo-o, pois conheço a sua mentalidade. Talvez fique um pouco mais nervoso com algumas derrotas ou pontos perdidos, mas é o caráter dele. É um vencedor, sem dúvida, e é por isso que fica chateado quando não ganha”, finalizou.

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