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I Liga: Vasco Seabra admite maior desnível na fuga à descida

A fuga à descida na I Liga esta temporada foi “menos competitiva” do que em edições anteriores, reconhece o treinador Vasco Seabra, que orientou nas cinco primeiras jornadas um Marítimo ainda à procura da manutenção.

I Liga: Vasco Seabra admite maior desnível na fuga à descida

“Houve uma altura em que o Benfica se destacou um pouco no topo, mas, depois, penso que Sporting de Braga e FC Porto se mantiveram sempre muito próximos. Agora, parece-me é que houve um desequilíbrio maior na parte de baixo da tabela face àquilo que tinha sido habitual nos últimos anos. As equipas que normalmente andam ali pelo meio tiveram a tendência para fazer bastantes mais pontos e isso acabou por distanciar as outras que estavam logo abaixo”, vincou à agência Lusa o técnico, com 91 jogos cumpridos na elite.

O Santa Clara acabou a quinta época seguida no escalão principal no 18.º e último lugar, com 22 pontos, que perfizeram a pior das suas oito presenças e o registo mais baixo de um lanterna-vermelha desde os 17 conquistados pelo Desportivo das Aves, em 2019/20.

Em zona de descida à II Liga ficou igualmente o Paços de Ferreira, 17.º classificado, cuja 24.ª participação na I Liga também ditou o seu desempenho menos produtivo de sempre, com 23 pontos, enquanto a ‘salvação’ do Marítimo, 16.º, com 26, ainda dependerá de um êxito num play-off a duas mãos com o Estrela da Amadora, terceiro do segundo escalão.

Como o Portimonense foi 15.º, com 34 pontos, a distância dessa última posição automática de manutenção para os três lugares inferiores cifrou-se nos oito pontos, o maior desnível desde a reativação do play-off entre clubes das duas divisões profissionais, em 2020/21.

“Essa expectativa de permanência ou de descida de divisão reduziu-se desde muito cedo a quatro ou cinco equipas, no máximo. Isso permitiu, por outro lado, uma luta engraçada do meio da tabela para cima”, avaliou Vasco Seabra, que já comandou Paços de Ferreira (2016/2017), Boavista (2020), Moreirense (2021) e Marítimo (2021/2022) dentro da elite.

O treinador, de 39 anos, protagonizou a primeira de 10 ‘chicotadas’ observadas na I Liga durante esta época, ao ser rendido logo à quinta jornada por João Henriques, que viria a dar lugar a José Gomes, atual técnico principal dos madeirenses, ao fim de oito partidas.

A tendência alargou-se aos ‘condenados’ Santa Clara, que foi orientado por Mário Silva, Jorge Simão ou o brasileiro Danildo Accioly, e Paços de Ferreira, no qual César Peixoto juntou duas passagens numa só campanha, por entre o regresso efémero de José Mota.

“É uma prova de que nem sempre a mudança de treinador principal acaba por afugentar aquilo que não está a correr bem. A grande maioria das equipas teve más fases e até as de maior dimensão acabaram por ter ali três, quatro ou cinco desafios em que as coisas acabam por não acontecer. Ainda assim, houve clubes que acreditaram nos projetos que estavam a desenvolver e aguentaram os respetivos treinadores”, reiterou Vasco Seabra.

Famalicão (oitavo colocado), Vizela (11.º), Gil Vicente (13.º) ou Estoril Praia (14.º), todos com uma variação técnica, completaram o lote de 10 mudanças nos bancos em 2022/23, em comparação com as 12 vistas em 2021/22, as nove de 2020/21 e as 11 em 2019/20.

“Quero acreditar que a escolha dos treinadores está mais seletiva e isso implicará que os clubes acreditem um pouco mais naquilo que é a decisão no momento da contratação do próprio treinador. Ainda há várias ‘chicotadas’, mas, nos restantes clubes, a estabilidade acabou por ser um fator que pesou e essa estabilidade pode dar mais frutos”, sustentou.

Instado a eleger alguns dos destaques individuais da prova, Vasco Seabra focou-se nas “equipas de dimensão mediana” para elogiar a “época muitíssimo boa” de João Teixeira, médio e capitão do Desportivo de Chaves, além de acentuar duas figuras do Gil Vicente.

“Apesar de o Gil Vicente não ter feito uma época brilhante, acho que o [médio brasileiro] Vitor Carvalho voltou a mostrar uma competência muito grande e, provavelmente, vai ter possibilidade de saída para um clube maior. Depois, o Fran Navarro foi um dos melhores marcadores da I Liga”, expôs, depois de uma época memorável do avançado espanhol.

Ao fechar o pódio dos ‘artilheiros’, com os mesmos 17 golos de João Mário, do campeão Benfica, Fran Navarro bateu os 16 anotados em 2021/22 e superou Paulo Alves como o máximo goleador de sempre do clube de Barcelos na prova, com 33 tentos em 66 jogos.

Vasco Seabra sinalizou ainda os brasileiros João Basso e Antony, o guineense Morlaye Sylla ou David Simão para assinalar a superação “muito interessante” do Arouca, quinto colocado, que igualou o recorde de 54 pontos fixado em 2015/16 e rumará pela segunda vez às provas da UEFA, através da terceira fase preliminar da Liga Conferência Europa.

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