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U. Lamas: Termina a época com homenagem a jogador que se formou em Medicina

O União de Lamas encerra a época com uma homenagem ao capitão da sua equipa sénior de futebol, que, tendo sempre conciliado os estudos com o desporto, conclui este ano o Mestrado Integrado em Medicina, pela Universidade de Coimbra.

Manuel Fontes, presidente do clube da 1.ª Divisão Distrital de Aveiro, adiantou à Lusa que o evento preparado para o médio Jonathan Rios, de 25 anos, pretende reconhecer o mérito do “primeiro doutor a sair do União de Lamas” e funcionará também como “um incentivo às camadas jovens”, em que a instituição conta com cerca de 350 atletas.

“Aproveitamos a última jornada do campeonato para homenagear um brioso atleta que está no União de Lamas desde os sete anos e provou que é possível jogar futebol, estudar e tirar um curso, tudo ao mesmo tempo”, declarou o dirigente do clube.

“Temos muito orgulho em ter um doutor”, garante Manuel Fontes. “Ele está connosco desde os seus sete anos de idade e tem contrato vitalício”, acrescenta.

Para o presidente dos ''azuis e vermelhos'', Jonathan é “um rapaz humilde, muito educado, respeitador e amigo do seu amigo”, pelo que, embora já tendo jogado na 2.ª B, na Liga de Honra e na seleção de Sub-19 de Aveiro, “nunca deixou o Lamas e continua a gostar muito do clube”.

Como atleta, o jovem é descrito pelo seu treinador como “um jogador com bom sentido de colocação e um líder dentro do campo”. Carlos Manuel defende, aliás, que, “é por isso que ele tem a braçadeira de capitão”, embora reconheça que, nos últimos seis anos, o rendimento desportivo do jogador evoluiu sempre ao ritmo das suas obrigações académicas.

“Em certas alturas não se podia contar com ele porque precisava de estudar para os exames e aí abdicava um bocado do treino”, explica o técnico. “Mas acho que fez bem em privilegiar o curso, porque aí é que está o futuro dele, ainda para mais tratando-se de Medicina, que é uma das poucas áreas que ainda tem saída”, observa.

Jonathan Rios, por sua vez, diz que o que está em causa é apenas um processo natural: “Fui estudando, e fui jogando futebol. Só isso”.

Sem conhecimento quanto aos detalhes da surpresa que o Lamas está a preparar-lhe para sábado, o jovem capitão conta que inicialmente ingressou em Farmácia, mas que, no ano seguinte, o “bichinho” levou-o a trocar esse curso pelo de Medicina, já então prevendo especializar-se em Ortopedia.

“O que é preciso é gostar-se do que se está a fazer”, declara o atleta. “Tem-se que gostar do curso, que é muito trabalhoso, e tem-se que gostar de futebol e do clube em que se joga, para se vir treinar todos os dias”.

De resto, Jonathan admite: “Não posso dizer que tenha sido difícil conciliar tudo porque na época de exames as aulas paravam para a gente estudar e, nessa altura, treinar acabava por ser um intervalo no estudo”.

O período normal de aulas “é que exigia um bocadinho mais de sacrifício”, sobretudo no que se refere a conjugar os horários da faculdade com os do clube, mas, ainda assim, o jogador assegura que sempre cumpriu com ambas as partes e realça: “Queima das Fitas, Latada – nunca me privei de nada”.

O mais difícil terá sido suportar a despesa com as deslocações entre Coimbra e Santa Maria da Feira, para comparecer aos treinos duas a três vezes por semana. “O clube pagava-lhe uns 100 euros e eles gastava-os todos nessas viagens”, conta Alfredo Amorim, da Assembleia-Geral do União de Lamas.

Quando questionado sobre o esforço financeiro que isso representou para a família, Jonathan quase assobia ao responder: “É melhor não pensar nisso. É melhor meeesmo!”.

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