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Jorge Jesus: ganhar ou deslumbrar? Eis a questão!

Escrevo estas linhas sem saber, mas a suspeitar sobre quem será campeão da Liga Zon Sagres. O Benfica caiu aos pés do FC Porto na 29.ª e penúltima jornada (2-1), deixando os homens de Vítor Pereira ascender à liderança da prova. Agora, apenas os azuis e brancos dependem de si para chegar ao tricampeonato. Jorge Jesus deve estar a viver um dos piores períodos da sua carreira, mas, mesmo assim, Luís Filipe Vieira mantém confiança nas suas capacidades.

Jorge Jesus: ganhar ou deslumbrar? Eis a questão!

A questão é: caso se mantenha no Benfica, Jorge Jesus continuará a jogar bonito ou privilegiará um futebol mais assertivo? Os defensores da primeira opção podem socorrer-se de um exemplo paradigmático. Arsène Wenger treina o Arsenal desde 1996 e nada vence desde 2005 (Taça de Inglaterra), mas permanece de pedra e cal no Emirates Stadium. Para esses, a resposta tem que ser apenas uma: o futebol latino é diferente do futebol do norte da Europa. Tem mais sangue na guelra e o adepto é irritantemente impaciente.

Por isso, caso Jorge Jesus continue no Benfica, arrisca-se a sair a meio da época e sem a receção exemplar que teve quando aterrou no Aeroporto de Figo Maduro, após a derrota na final da Liga Europa, diante do Chelsea (2-1). A sua imagem poderá desgastar-se irremediavelmente, os adeptos desesperarão por títulos e, mesmo o futebol vistoso, passará a ser um acessório insuficiente para a sua manutenção. E, além disso, Luís Filipe Vieira começará a estar diretamente envolvido, pois garantiu publicamente que Jorge Jesus é mesmo o seu treinador no Benfica. O braço direito.

Por outro lado, se a opção continuidade correr bem, Jorge Jesus poderá colar-se à imagem de Alex Ferguson e ser um treinador que demorou a carburar, mas depois explodiu para dominar. É claro que este cenário é muito mais difícil. Só que, ao renovar com o ‘seu’ treinador, Luís Filipe Vieira estará a mostrar que pretende caminhar de mãos dadas no carreiro mais lamacento. É mais provável correr mal, mas, se correr bem, o sabor será certamente delicioso.

Para os resultadistas, o exemplo de Vítor Pereira. O treinador do FC Porto arrisca-se a levar dois troféus da Liga Zon Sagres em duas temporadas. Está é longe de convencer a maioria dos adeptos no Estádio do Dragão. Porquê? Então não são os resultados que contam? São. O problema é que, mesmo com os serviços mínimos, os adeptos portistas sentem que existe mais potencial na invicta, sentem que foram cometidos erros que poderiam ser pagos a preço de ouro e sentem que outro tipo de treinador poderá projetar o clube para voos mais elevados.

Em suma, torna-se complicado assumir uma filosofia ou outra de forma isolada. Ambas possuem prós e contras e esses prós e contras podem fazer sentido numa realidade e serem desadequados noutra. Existem equipas que se notabilizaram por vencer (Grécia, Euro-2004; Chelsea, Champions League-2012 e Liga Europa-2013) e outras que marcaram o mundo com um futebol de alto-quilate e nem precisaram de vencer (Holanda, 1974). O ideal é possuir as duas vertentes. Na impossibilidade, os adeptos preferirão sempre vencer. Nem que seja por meio a zero. É nisso que tem que pensar Luís Filipe Vieira.

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