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Mónaco: Bloco de notas sobre o novo milionário do futebol mundial

No dia 26 de maio de 2004, em Gelsenkirchen, o FC Porto de José Mourinho atropelou o Mónaco de Didier Deschamps. Sem espinhas, Carlos Aberto, Deco e Dmitry Alenichev construíram outro momento brilhante do reinado de Pinto da Costa e o primeiro enorme momento da carreira do futuro ‘Special One’. Contudo, o Mónaco que esta época regressou à Ligue 1, promete ser muito diferente daquele que surpreendeu a Europa há quase uma década.

Mónaco: Bloco de notas sobre o novo milionário do futebol mundial

Na altura, a equipa do principado luxuoso - mais adepto de casinos e Fórmula 1 do que de futebol -, possuía um conjunto com alguns valores que deram que falar mais tarde. Patrice Evra (Man Utd) e Emmanuel Adebayor (Tottenham) talvez sejam os exemplos mais paradigmáticos. Depois, jogadores interessantes como Sebastien Squillaci (Arsenal), Jaroslav Plasil (Bordéus), Ludovic Giuly (Lorient) e Fernando Morientes (retirado), na altura não muito longe final da carreira.

No ano seguinte à desilusão de Gelsenkirchen, o Mónaco caiu nos oitavos-de-final da Champions League diante do compatriota Paris Saint-Germain, embora ainda mantivesse a espinha dorsal da equipa de Gelsenkirchen. Uma equipa repleta de jogadores com margem de evolução e descobertos por conta própria. Em 2005-06 começou a queda: 11.º na Ligue 1 e eliminação nos 16 avos-de-final da Taça UEFA, frente ao Basileia. Em 2006-07, o desinvestimento foi grande e, sem competições europeias, Laurent Banide conseguiu terminar no nono posto em termos internos. No plantel, da equipa de Gelsenkirchen, apenas Flavio Roma, Jaroslav Plasil, Gael Givet e pouco mais.

Em 2007-08, mais uma época a terminar no meio da tabela (12.º lugar), um 10.º posto em 2008-09, uma pequena subida em 2009-10 (8.º classificado) e a triste descida em 2010-11, com o regressado Laurent Banide. Em 2011-12, e em reconstrução, o Mónaco não conseguiu melhor do que um oitavo lugar na Ligue 2, mas o italiano Claudio Ranieri foi aposta do milionário russo Dmitrij Rybolovlev na época seguinte e terminou no ambicionado primeiro posto, regressando, dois anos depois, à Ligue 1. Só que agora, o contexto é completamente diferente.

Num conjunto onde Flavio Roma é o único nome que faz a ponte entre Gelsenkirchen e a subida do Mónaco à Ligue 1, o dinheiro parece ter chegado para ficar ao principado. O dono Dmitrij Rybolovlev tem atacado a todo o gás e a época 2012-13 ainda nem terminou. João Moutinho (25 milhões) e James Rodriguez (45 milhões) foram comprados ao FC Porto, Ricardo Carvalho veio a custo zero do Real Madrid e Radamel Falcao, embora os valores não tenham sido até agora revelados, foi ontem contratado oficialmente ao Atlético de Madrid.

E espera-se muito mais. Se não se desse a investimentos milionários, o Mónaco possuiria uma equipa para ficar a meio da tabela da Ligue 1. Mas a ambição é muito maior. Os responsáveis da equipa monegasca pretendem claramente morder os calcanhares ao campeão Paris Saint-Germain e chegar às competições europeias logo em 2014-15. O dinheiro jorra, novos nomes surgem associados ao clube à velocidade da luz e, inevitavelmente, o interesse mediático em torno do novo milionário crescerá exponencialmente.

Contudo, gostaria de deixar uma adenda importante. Novos milionários como o Man City, PSG e Chelsea possuem uma massa adepta incrível e que, em períodos de crise, poderá estar disposta a dar a mão ao clube. No Mónaco, o futebol está longe de ser uma prioridade. O Stade Louis-II possui 18500 lugares e a dificuldade para os encher é enorme. E se, quando alguma coisa correr mal, Dmitrij Rybolovlev decidir direcionar o seu investimento para outros negócios? Sim, o amor e identificação aqui não existem. Se isso acontecer, em vez de dois, o Mónaco poderá ficar dez anos nos escalões secundários gauleses.

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