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Hélder Postiga, Oscar Cardozo e Rui Patrício: O estigma do Patinho Feio

Há jogadores condenados. Por mais que façam e por mais que as estatísticas o comprovem, não conseguem a aceitação dos adeptos. Quando o jogo lhes corre mal, viram motivo de crítica cerrada e fácil; quando lhes corre bem, é como se apenas se tratasse da sua obrigação. Hélder Postiga, Oscar Cardozo e Rui Patrício sofrem do estigma do Patinho Feio. E não vale a pena fugir.

Hélder Postiga, Oscar Cardozo e Rui Patrício: O estigma do Patinho Feio

Não conheço as causas deste fenómeno nem o que o motiva. Sei que se trata de uma opinião negativa que se propaga rapidamente entre os adeptos e que, no final, até quem não percebe da matéria a assume como uma verdade absoluta. É daqueles casos em que o jogador ainda nem tocou na bola, mas a sua presença parece incomodar. Porque o vizinho do lado e todo o mundo poderia fazer melhor.

Hélder Postiga, aos 30 anos, fez a sua melhor época da carreira. Participou em 37 das 38 jornadas da Liga BBVA e terminou com 14 golos, menos dois tentos do que, por exemplo, Gonzalo Higuain. Nenhum avançado-centro português fez melhor. Destaque ainda para sete assistências. O Saragoça desceu de divisão, mas a culpa não foi, com certeza, do jogador nascido em Vila do Conde. Na fase de apuramento europeia para o Mundial-2014, Hélder Postiga segue com cinco golos em sete partidas, a três do maior goleador Edin Dzeko (Bósnia-Herzegovina).

Agora Oscar Cardozo. Também com 30 anos, o paraguaio chegou ao Estádio da Luz no princípio da temporada 2007-08. Foi o melhor marcador da prova em 2009-10 e em 2011-12, terminando as restantes épocas sempre com uma marca considerável de golos. Mostrou talento nos livres, nos penaltis e de cabeça. O seu pé esquerdo revelou-se completamente letal. Mas, mesmo assim, continuam-se a ouvir críticas frequentes às suas capacidades. O episódio com Jorge Jesus, no final da Taça de Portugal, não ajudou (Cardozo empurrou o treinador) e, com a continuidade do timoneiro das águias, a sua saída é praticamente certa.

Rui Patrício é, destes três, o que se tem livrado com maior facilidade do estigma do Patinho Feio. Ao princípio, o guarda-redes do Sporting era o pior do mundo: mau com os pés, péssimo a sair aos cruzamentos e pouco popular. Nunca se deu a grande exposição pública (será este o problema dos Patinhos Feios?) e Paulo Bento insistiu nas suas capacidades desde muito cedo. Mesmo quando sofreu frangos monumentais.

Hoje, depois do interesse propalado de alguns tubarões europeus e de um bom Euro-2012, Rui Patrício deixou de ser um alvo frequente dos adeptos portugueses. Vá-se lá saber porquê... Tudo bem que o guardião do Sporting evoluiu, mas não assim tanto. Acima de tudo, tornou-se mais experiente e seguro. Os céticos, esses, ainda acreditam que a boa época de Patrício se deveu a uma má época do Sporting. ‘Porque teve mais espaço para brilhar’, teimam.

O estigma do Patinho Feio merece um cuidado estudo. E o estigma do Cisne (aquele em que jogadores normais parecem lendas na boca dos adeptos) também. É que há casos, em que nem oito nem oitenta. Como o de estes três jogadores. Tudo bem: Hélder Postiga, Oscar Cardozo e Rui Patrício não são os maiores craques do mundo. Mas quem dera à maioria dos jogadores do mundo terem o seu talento.

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