Após ter revelado que recusou uma proposta de renovação contratual do FC Porto, Vítor Pereira aceitou abordar os últimos três anos no Estádio do Dragão, um como adjunto e dois como técnico principal. Em entrevista à TVI 24, ficou uma frase forte: «Carisma não ganha títulos».
«Carisma ganha imprensa e adeptos, mas não ganha títulos. A competência ganha títulos. No FC Porto não se perdem campeonatos e continua-se no clube e não é preciso uma derrota para sentir a exigência e o peso do clube: basta um empate», referiu, mostrando-se claramente satisfeito com os títulos amealhados nos últimos anos e com um dado estatístico muito curioso.
«O que queria deixar registado, e é isso que me orgulha, é que em três anos no FC Porto conquistámos oito títulos. São muitos títulos. Na Europa só o Barcelona tinha mais posse de bola que o FC Porto: 74% contra 69%. Fomos a equipa que menos oportunidades de golos permitia por jogo, à frente do Bayern Munique», recordou.
Vítor Pereira relembrou ainda o golo tardio de Kelvin, no FC Porto-Benfica, disputado no Estádio do Dragão (2-1). O desfecho já é mais do que conhecido: Jorge Jesus de joelhos e as águias a perderem a Liga Zon Sagres no sprint final. No banco azul e branco, o sentimento absolutamente oposto.
«Corri em direção ao meio-campo e senti o Jorge Jesus naquele momento terrível para ele. Se fosse comigo provavelmente teria acontecido o mesmo. Durante a minha corrida tive um refrear de emoção, pois senti o peso no adversário e comecei a curvar e a correr para trás, mas de lágrimas nos olhos porque foi um momento indescritível», rematou.
Neste momento, já se sabe, Vítor Pereira terá a companhia de Bruno César (ex-Benfica) e Márcio Mossoró (ex-Sp. Braga) no Al Ahli Jeddah, equipa da Arábia Saudita. Lá, o português receberá um salário anual a rondar os três milhões de euros.