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Bloco de Notas: Sporting e a 'novela' Marco Silva

O futebol português é fértil em polémicas e casos que pouco engrandecem a modalidade. A última 'novela' do futebol português ocorreu esta semana e teve como foco o Sporting, mais concretamente o desentendimento entre Bruno de Carvalho e Marco Silva. Do ponto de vista da comunicação e da gestão da crise interna que se gerou em Alvalade muitas conclusões devem ser retiradas.

Bloco de Notas: Sporting e a 'novela' Marco Silva

Está decidido! Marco Silva mantém-se como treinador do Sporting pelo menos até ao próximo jogo contra o Vitória de Guimarães. O anúncio foi feito pelo próprio Bruno de Carvalho ontem à noite. Entretanto, muito se especulou sobre a continuação de Marco Silva como treinador do Sporting.

Entre os primeiros indícios de que a relação entre o presidente e o treinador não estaria bem e a confirmação de que Marco Silva continuaria a ser o técnico dos leões uma semana passou e muita informação e contra-informação foi publicada nos media.

É demasiado tempo. É amplamente sabido que numa crise institucional as primeiras horas são decisivas. Teria sido importante que alguém no Sporting tivesse vindo a público desmentir muito do que se publicou ou então simplesmente pedir calma e demonstrar que a situação estava sob controlo. Nada disso foi feito e muito acabou por se especular na praça pública: alguns adeptos e meios de comunicação social deram mesmo por adquirido que a saída de Marco Silva seria inevitável.

Marco Silva fica, mas todos percebem que a relação entre treinador e presidente nunca mais será a melhor. Quando os resultados desportivos não forem os desejados, o apoio que o treinador do Sporting deverá receber será mínimo. Fica a impressão que, em Alvalade, Marco Silva passou a ser um treinador a prazo. Este sentimento não é benéfico para ninguém, pois está criada uma instabilidade desnecessária no clube.

Este processo foi, de facto, mal conduzido pela atual direção leonina. Bruno de Carvalho não pode falar em estabilidade e depois não criar condições para a mesma. São demasiadas as 'guerras' compradas pelo presidente do Sporting. Seja com os principais rivais Benfica e FC Porto, seja com antigos dirigentes leoninos ou agora, como tudo indica, a nível interno, com o treinador.

Bruno de Carvalho não é o principal culpado, mas como líder tem de assumir o que de errado se passa no Sporting. Tem sobretudo de ser quem assegura a estabilidade e quem dá condições de sucesso à equipa técnica e aos jogadores. Dois pontos em que Bruno de Carvalho tem falhado claramente. Uma liderança forte não deve ser autocrática. Um líder forte e consensual é aquele que consegue envolver todos no seu projeto e não aquele que impõe as suas ideias. Bruno de Carvalho terá muito provavelmente de arrepiar caminho sob pena de passar a ser, em Alvalade, o próximo alvo a abater.

Este texto é resultado da colaboração semanal entre o Futebol 365 e o blogue marcasdofutebol.wordpress.com. Esta parceria procura analisar o desporto-rei a partir de um ângulo diferente: a comunicação.

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