O francês Jérôme Champagne lamentou hoje que “as instituições se tenham mobilizado para eliminar a única candidatura independente” às eleições para a presidência da FIFA, às quais concorre o ex-futebolista português Luís Figo.
“A agenda oculta – ou, afinal, não tão oculta – é agora clara. Por trás da aparência de reformar a FIFA está a mentira de a debilitar mais em favor das estruturas continentais. Isto num momento em que um governo forte do futebol, com poderes regulatórios e redistributivos, é mais necessário do que nunca”, observou Champagne, em comunicado.
Para o antigo dirigente da FIFA, trata-se também de “abrir caminho para que os ricos atores do futebol do este europeu ponham as mãos na única coisa que ainda não controlam: FIFA e a liderança do futebol mundial”.
Champagne anunciou hoje a desistência da candidatura à presidência da FIFA, cuja eleição vai realizar-se a 29 de maio, em Zurique, na Suíça, lamentando não ter conseguido o apoio necessário de cinco federações para a formalizar.
O antigo vice-secretário-geral da FIFA é o segundo candidato a desistir, depois de o ex-futebolista francês David Ginola ter feito o mesmo, pelas mesmas razões, na passada sexta-feira.
Além de Figo, estão na corrida às eleições da FIFA outros três candidatos: o suíço Joseph Blatter, atual presidente, Michael van Praag, presidente da federação holandesa, e o príncipe Ali bin Al Hussein da Jordânia, vice-presidente da FIFA.
Figo, 42 anos, anunciou na passada semana a candidatura à presidência da FIFA.
O mais internacional dos futebolistas portugueses, com 127 jogos na seleção, tem o apoio formal de Portugal, Dinamarca, Montenegro, Polónia, Macedónia e Luxemburgo.
Antigo jogador de Sporting, Barcelona, Real Madrid e Inter de Milão, Figo ganhou a Bola de Ouro em 2000 e foi eleito Melhor Jogador do Mundo FIFA em 2001 - antes da unificação dos prémios -, foi quatro vezes campeão de Espanha e outras tantas de Itália e ganhou uma Liga dos Campeões.
Vice-campeão da Europa em 2004 e quarto no Mundial de 2006, com a seleção portuguesa, Figo, formado no Sporting, retirou-se em 2009, no Inter, ao qual se manteve ligado como diretor de relações internacionais.