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Bosman diz que lutou em tribunal em nome de todos os futebolistas

O antigo futebolista belga Jean-Marc Bosman considera que lutou em tribunal em nome de todos os jogadores, para que pudessem trabalhar livremente em toda a Europa no final do vínculo contratual com os clubes.

Bosman diz que lutou em tribunal em nome de todos os futebolistas

A 15 de dezembro de 1995, o Tribunal de Justiça Europeu deu razão a Bosman e, a partir desse momento, todos os jogadores comunitários passaram a poder transferir-se livremente no final dos respetivos contratos, deixando os jogadores da União Europeia de contar como estrangeiros.

Em declarações à agência Lusa, Jean-Marc Bosman faz um balanço positivo de toda a batalha jurídica e confessa que, na altura, estava longe de imaginar o impacto que o acórdão viria a ter.

“No início nunca pensei. Queria que o assunto fosse resolvido rapidamente. Conforme o processo foi decorrendo fui ganhando etapas. E isso foi-me dando esperança”, começou por dizer.

Tudo começou quando o RFC Liège, em 1990, treinado então por Robert Waseige, que orientou o Sporting em 1996/97, exigiu uma verba a rondar o meio milhão de euros ao Dunquerque, da II Liga francesa, pelo passe do ex-internacional belga, na altura com 26 anos.

Bosman moveu então um processo contra o clube belga e poucos meses depois viu um tribunal dar-lhe razão, o que permitiu assinar pelo Saint-Quentin (II Liga francesa), mas por ser estrangeiro estava impossibilitado de ser a primeira escolha.

“O facto de ser considerado estrangeiro dificultou a minha entrada na equipa. Era a terceira ou quarta opção. Recorde-se que cada equipa só podia jogar com três jogadores estrangeiros. Acabei por sair no final da época”, continuou.

A mudança para o Charleroi (Bélgica) manteve Bosman focado na luta pela igualdade de direitos entre futebolistas e os outros trabalhadores, levando-o a pôr em causa o facto de um futebolista não poder trabalhar num qualquer país da União Europeia sem restrições com qualquer outro cidadão.

“Tive a noção de que a batalha legal ia acabar com a minha carreira. Mas estava determinado em seguir em frente. Tinha de o fazer para que outros futebolistas não passassem pelo mesmo. O apoio que tive da FIFPro [Associação Internacional dos Sindicatos de Futebolistas] foi fundamental durante esse período”, disse.

A 15 de dezembro de 1995, o Tribunal de Justiça Europeu deu razão às exigências de Bosman e, contra a vontade da FIFA e da UEFA, obrigou a que fossem anuladas todas as restrições de futebolistas comunitários. Algo que acabaria por acontecer apenas na temporada seguinte (1996/97).

Apesar desta ‘revolução’, Bosman tem sérias dúvidas sobre o seu real papel no futebol.

“Não sei dizer se de alguma forma ganhei um lugar importante no mundo do futebol. É verdade que o campeonato inglês, por exemplo, é muito mais atrativo e competitivo. A Liga espanhola também. Esta mudança foi boa. Mas mesmo assim há muito para fazer. O futebol está desvirtuado”, afirmou.

Num curto balanço sobre a própria carreira, Bosman não tem dúvidas de que a luta em tribunal ‘queimou’ qualquer possibilidade de alinhar pelos maiores emblemas europeus.

“Eu joguei pelas camadas jovens da Bélgica. Ganhei troféus. Poderia ter chegado longe se tivesse ficado parado. Mas não quis ser egoísta e ficar no meu canto”, concluiu.

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