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Vencedores e derrotados no futebol português – Parte I

As competições futebolísticas nacionais estão quase a acabar. Hoje, com a final da Taça de Portugal, chega ao seu término uma época marcada por recordes: de pontos e de crispações. Há, como não podia deixar de ser, vencedores e derrotados. Por ora importa destacar os primeiros, sobretudo os que se destacaram nos domínios da comunicação e da gestão de marcas.

Vencedores e derrotados no futebol português – Parte I

LUÍS FILIPE VIEIRA

É, a par de Rui Vitória, o grande vencedor da temporada 2015/2016. O presidente do Benfica conquistou um tricampeonato no mesmo ano em que mudou de treinador. E não deixou sair um técnico qualquer: Jorge Jesus é, na sua área de especialização (no treino, apenas e só), verdadeiramente extraordinário e foi um dos principais responsáveis pelos sucessos recentes do Benfica.

Se houve coisa que Vieira conseguiu provar foi que Jesus esteve longe de ser o único responsável por tais sucessos, ao contrário do que este último possa acreditar. Em suma, Vieira reforçou a sua liderança e a sua marca após ter assumido decisões estruturais. Assumiu escolhas difíceis e cortou a meta como líder. O 35 tem um cunho presidencial bem vincado.

RUI VITÓRIA

Hoje, o treinador do Benfica é elevado à condição de herói entre a esmagadora maioria dos benfiquistas. Como sempre acontece quando se ganha algo tão desejado, há muitos exageros que ruirão com algumas derrotas. Infelizmente, a via rápida de bestial a besta continua no horizonte de todos os profissionais de futebol. Mas uma coisa ficou clara: Rui Vitória é muito competente.

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O técnico campeão nacional foi dado como morto, foi insultado e questionado. No fim saiu vencedor e fê-lo com segurança e com evolução. Para este desfecho em muito ajudaram as suas boas ideias sobre o desporto. No que à comunicação diz respeito, Rui Vitória parece partilhar uma máxima que defendo há muito: esta também faz parte da complexidade do futebol. Aliás, se há coisa que Rui Vitória provou é que as variáveis com as quais um treinador tem de se preocupar vão muito além do treino e do jogo (o que não significa que estas não assumam uma centralidade óbvia). Na esmagadora maioria das vezes, Rui Vitória foi fiel à sua marca, corrigindo as tentações iniciais de entrar nas guerras de Jorge Jesus. A sua última conferência de imprensa foi de muito bom nível: mesmo as referências ao treinador do Sporting respeitaram o perfil do técnico benfiquista (assumir a lista de prioridades de Rui Vitória como um ataque é, no mínimo, risível, tendo em conta o que se passou esta temporada). Também por isto o seu mérito é inquestionável.

JORGE JESUS

O melhor do atual técnico do Sporting foi confirmado com a mudança para Alvalade (o pior também, mas isso fica para a segunda parte deste texto). É impressionante a capacidade que Jesus tem em concretizar as suas ideias em pouco tempo. Não demorou muito para que o Sporting refletisse as ideias do seu treinador em todos os momentos de jogo: uma marca de topo é exatamente isto, na medida em que representa uma forma de estar. E se há coisa em que as equipas de Jesus se destacam é por saberem que comportamentos coletivos devem adotar dentro do campo. As equipas de Jesus são a consubstanciação da marca do treinador português. Para um treinador não deve haver maior elogio.

PAULO FONSECA

É mais que sabido que a última imagem é hegemónica, por isso, um mau final de época e uma eventual derrota na Taça de Portugal podem enfermar futuros juízos com 'resultadismo', ou seja, o ato de fazer tábua rasa das qualidades em favor de um número. Ainda assim, muito do que escrevi sobre os méritos de Jesus se pode aplicar ao treinador do Braga. Há uma muito interessante marca pessoal a ser construída por Paulo Fonseca e o futebol português ficará mais rico assim que esta se consolidar. É já possível falar-se de um jogar de Paulo Fonseca.

LITO VIDIGAL E PETIT

Nem o Arouca nem o Tondela se destacaram por um futebol brilhante. Mas os méritos dos seus treinadores são inquestionáveis. No caso de Lito Vidigal, conseguir um quinto lugar e uma época tão tranquilos implicou, certamente, uma grande gestão de expetativas. No caso de Petit, fazer crer uma equipa que esteve a 11 pontos da salvação que ainda era possível permanecer na Primeira Liga só pode ter sido conseguido com uma extraordinária capacidade de congregar vontades. Ambos mostraram ser bons condutores de homens. E isto merece ser reconhecido.

Este texto é resultado da colaboração semanal entre o Futebol 365 e o blogue marcasdofutebol.wordpress.com. Esta parceria procura analisar o desporto-rei a partir de um ângulo diferente: a comunicação.

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