Antigo jornalista torna-se diretor desportivo de clube da Moldávia

O mais recente emigrante do futebol português disse à agência Lusa que investiu numa mudança radical de vida para poder concretizar um sonho de criança e que ganhou contornos quando foi "chamado para diretor desportivo do Boavista", em 2010/11 e 2011/12.

"Sou um grande investigador da vertente da gestão dos clubes", disse Rémulo Marques que juntou a uma carreira de vinte anos no jornalismo "uma série particular de dados, de conhecimento, de experiências e de filosofias de trabalho e de liderança".

Durante quatro anos professor do Módulo de Gestão de Futebol Profissional na Formação de Elite e a sua aventura pelo futebol levou-o a tornar-se treinador do Pasteleira, no Porto, durante três anos.

Fundador de um clube aos 14 anos, primeiro para a prática do futsal e depois do futebol ao nível popular, Rémulo Marques é também autor de quatro livros sobre a modalidade e aos 38 anos torna-se no primeiro dirigente português no futebol moldavo.

"Já tivemos jogadores e treinadores portugueses na Moldávia, mas nunca um diretor desportivo, o que aumenta a responsabilidade mas também a vontade de fazer bem, de provar competência nesta área. Sinto-me totalmente preparado, mas também muito consciente das dificuldades que terei de ultrapassar para fazer vingar as minhas ideias", disse à Lusa.

Com oito títulos de campeão no seu palmarés, "o Zimbru já não é campeão há muitos anos e um dos objetivos é voltar a fazer dele uma referência na Moldávia, discutindo o título e também conquistando, paulatinamente, o seu espaço nas pré-eliminatórias da Liga dos Campeões", traçou Rémulo Marques como meta a atingir nos três anos de contrato.

No imediato aprender a língua romena é a prioridade "para, assim, poder ser mais efetivo no papel de liderança dentro do clube, em todos os aspetos" num projeto que prevê "profissionalizar o mais possível o clube, em todos os aspetos ligados a um departamento de futebol".

A chegada a um clube que parte para a nova época com "um novo grupo de investidores" aconteceu através do agente de jogadores César Boaventura, passando a trabalhar num emblema onde já estiveram jogadores portugueses - em 2015/16 Rui Miguel, Álvaro Jaló e Ludovic Ribeiro representaram o Zimbru - um cenário que, garantiu à Lusa tem pernas para repetir-se.

"Vejo como possível que o Zimbru venha a contar com atletas portugueses ou até com estrangeiros mas oriundos dos nossos campeonatos", admitiu o novo dirigente do clube moldavo, que tem também como missão "contribuir para o desenvolvimento do clube como um todo, potenciando o atleta moldavo, a sua afirmação e trabalhando sempre com equilíbrio e bom senso".