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V. Setúbal: Dívida não justifica insolvência, director financeiro

O director financeiro do Vitória de Setúbal SAD afirmou hoje que a existência de uma divida de 410.000 euros relativa aos direitos de imagem do ex-jogador Kassumov não justifica o pedido de insolvência apresentado pela empresa Acessoriamento Deportivo.

''Estou preocupado, mas convicto de que não há razões que justifiquem o pedido de insolvência'', disse à Lusa José Araújo, que acusou a empresa espanhola de ter recusado as propostas de pagamento apresentadas anteriormente pelo Vitória de Setúbal.

Com responsabilidade delegada pelo presidente Jorge Santana, para esclarecer eventuais consequências do pedido de insolvência, José Araújo garantiu que, ao contrário do que foi dito nos últimos dias pela empresa espanhola, o Vitória de Setúbal tem créditos para liquidar a divida, adiantando que o clube só não paga de imediato a totalidade do montante em causa porque isso ''iria pôr em causa a actividade desportiva''.

''Nós vamos provar que não há razão para o pedido de insolvência. Ao contrário do que foi dito, não recebemos nenhum adiantamento das transmissões televisivas para além da época em curso e ainda temos contratos comerciais dos quais estamos a receber regularmente'', esclareceu.

''Também não percebo como chegaram à conclusão de que uma parte substancial dos passes dos jogadores não eram do Vitória de Setúbal, porque isso não é verdade. Só uma ínfima parte dos jogadores é que são de empresários e fundos de investimento'', acrescentou o dirigente do Vitória de Setúbal.

Assegurando que não está minimamente preocupado com as consequências directas do pedido de insolvência da SAD, mas sim com eventuais prejuízos indirectos que poderão advir para a imagem do clube e para a renegociação de alguns contratos, José Araújo deixou um sério aviso à empresa espanhola, que, recorde-se, é credora do Vitória de Setúbal em 410.000 euros, com sentença já transitada em julgado.

''Só estou preocupado com as consequências negativas que estas notícias podem trazer, quando estamos a renegociar um contrato que nos permite resolver não só o passivo de curto prazo, como o passivo de médio/longo prazo. E não sei se esse contrato não estará a perigar por isso'', disse.

''Mas se isso acontecer, o código de insolvência também diz que, se não tiver razões que justifiquem o pedido de insolvência, o credor vai ter que indemnizar a outra parte pelos danos que lhe causou'', sentenciou o director financeiro do clube do Bonfim.

A empresa espanhola reclama desde há nove anos o pagamento de uma divida inicial de cerca de 200.000 euros, que entretanto aumentou para 410.000 euros, relativa aos direitos de imagem do antigo jogador azeri Kassumov.

Segundo o advogado da Acessoriamento Deportivo, Duarte Costa, houve uma tentativa de acordo ao tempo da antiga direcção de Jorge Goes, mas a proposta dos dirigentes sadinos foi recusada pela empresa, o mesmo acontecendo com uma outra proposta apresentada o ano passado pelo administrador da SAD Paulo Calado, que entretanto se demitiu do cargo.

''Recusámos a proposta apresentada pelo administrador Paulo Calado que previa um pagamento inicial de 30.000 euros, acrescida de mensalidades de 10.000 euros, com a condição de reduzirmos em 100.000 euros o capital em divida e sem qualquer garantia de pagamento'', disse Duarte Costa.

Confrontado com a afirmação do director financeiro da Vitória de Setúbal de que o clube, afinal, tem meios para pagar, Duarte Costa adiantou que o solicitador de execução fez todas as diligências para verificar a possibilidade de indicar bens à penhora.

''As contas do Vitória de Setúbal estão a zeros, algumas com saldos negativos, o autocarro não é do Vitória SAD, não há bens em nome da Vitória SAD'', disse Duarte Costa, deixando claro que a empresa desiste da acção desde que o clube pague o montante em dívida.

''Só queremos receber, não queremos prejudicar ninguém'', afirmou o advogado da Acessoriamento Deportivo.

Caso fosse decretada a insolvência do Vitória de Setúbal SAD, possibilidade que o director financeiro José Araújo se recusa a admitir, ''o clube seria automaticamente excluído da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP)''.

De acordo com o estipulado no Regulamento Disciplinar da LPFP, o Vitória de Setúbal seria ainda impedido de participar nas competições profissionais organizadas pela Liga por um período de uma a cinco épocas e a uma multa acessória de 100.000 euros.

O regulamento estabelece também que o clube excluído da competição ficaria no último lugar da tabela classificativa, sem pontos, e os resultados verificados em todos os jogos disputados não serão considerados para efeito de classificação geral.

LUSA

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