Declarações do treinador do Sporting de Braga, após a derrota frente ao Shakhtar por 4-2, da sexta jornada do Grupo H da fase de grupos da Liga Europa.
"É duro. Tínhamos como objetivo estar nos 16 avos de final. Não conseguimos. O Shakhtar é uma grande equipa, foi superior, fez quatro golos e nós dois. Poderíamos agarrar-nos aos números, fizemos mais remates, mas isso pouco vale. [Estou] desiludido com a derrota, mas satisfeito com a postura, com a determinação e pelo jogo.
Sabíamos que era um jogo em que tínhamos de jogar com eficácia, em que era complicado sofrer um golo desta equipa, porque, dando espaço ao Shakhtar, é mais complicado. Sofremos um golo de um esquema tático, algo que não se passou até hoje na nossa equipa. Depois sabíamos que ia haver algumas situações de nos expormos frente a uma equipa muito boa, a uma equipa de ‘Champions'. Sofremos o segundo golo, não baixámos os braços. Seria o mais fácil. Fizemos o 2-1. O resultado, na primeira parte, era injusto para o que estava a ser o jogo.
Quiçá, se [o árbitro] tivesse marcado o penálti [lance em que Rui Fonte foi agarrado], tínhamos empatado e feito o 2-2, e o jogo teria outros contornos. Entrámos muito bem na segunda parte, sabendo sempre que, em transição, o Shakhtar é muito forte. Sofremos outra vez num esquema tático. Não fomos fortes num momento do jogo em que temos sido muito fortes. A querer, a querer e a querer, levámos o 4-1.
Percebo a vontade dos nossos adeptos em que ganhássemos ao Shakhtar e chegássemos ao 5-4, mas um treinador tem de ser racional. Mesmo sabendo que algumas medidas possam ser impopulares e expor o treinador àquela situação, um treinador tem de defender os jogadores e não proteger-se dos assobios. Nesse caso, poderíamos estar aqui a falar do 5-1, o 6-1 e 7-1. Pagam-me para ser treinador e tomar decisões e foi a decisão que tomei.
Se eu continuasse a dar um sinal para a minha equipa procurar o 4-2 daquela maneira. Não acreditei que pudéssemos chegar ao 5-4. Preferi chegar ao 4-2 de outra forma, e ter a equipa mais ou menos em condições para ganhar no domingo. Seria pior ter os jogadores desgastados para um jogo dificílimo [com o Paços de Ferreira], para o qual vamos apenas ter três dias de descanso.
Dói muito perder aos 90+4 minutos o apuramento. Hoje, vamos dormir pior, mas estou muito orgulhoso dos muitos jogadores. Quem foi guerreiro como foi hoje, quem nunca se acobardou perante uma equipa muito boa e quem se fez ao jogo como se mandou, a perder por 2-1, só tenho de tirar o ‘chapéu'. A gente pode ter perdido aos 90+4 minutos no Dragão, pode ter perdido hoje a oportunidade de continuar na Liga Europa aos 90+4, mas com a atitude que mostrámos hoje, muitas coisas boas hão de acontecer.
[O Shakhtar] Tem toda a qualidade e potencial para ambicionar ganhar esta Liga Europa. Na ‘Champions', estão equipas muito piores do que o Shakhtar.
[Sobre os apupos dos adeptos bracarenses] Não digo que me passe ao lado. Há 20 anos poderia importunar-me. Tenho de perceber e aceitar. Quando não aceitar, tenho de abandonar esta vida, e eu não posso abandonar, porque gosto muito dela".
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